Estamos a quase 150 dias sem chuva. O efeito da seca na saúde e na natureza traz severas consequências. Poucas árvores, como o ipê, caju e o pequi, conseguem reagir e conspirar contra a falta de chuva e conseguir dar flores e frutos. As queimadas vão deixando um rastro de desolação e tristeza, em alguns lugares parece um cenário do Gotham City.
Nesta semana, um conhecido economista ponderou que para o agro o clima é mais decisivo do que os juros, que afetam diretamente a indústria. Ele não nega que juros mais baixos sejam melhores para o setor produtivo, mas para o agronegócio a conjuntura econômica traz menos impacto. Prova disso, é que em 2023 a taxa estava elevada e houve uma safra recorde, e neste ano, a questão é a base de comparação. Não dá para ter safra recorde todo ano, mas será uma produção muito boa.
Um período prolongado de ausência ou redução de chuvas, pode causas vários problemas como: escassez de água: A diminuição das chuvas pode gerar problemas como o que temos presenciado no Amazonas, com rios secando rapidamente, trazendo a necessidade de racionamento de água, pois os reservatórios e rios ficam vazios.
Além das consequências para o meio ambiente, o grande volume de queimadas no país pressiona o sistema de saúde e causa preocupação, principalmente envolvendo idosos e crianças com problemas respiratórios. O ar mais seco pode causar problemas respiratórios, gripes e alergias. Por causa dos incêndios, cidades em diversas partes do país foram atingidas por nuvens de fumaça, prejudicando a qualidade do ar.
A seca afeta diretamente a agricultura, causando prejuízos e afetando diretamente o plantio de culturas como milho, soja, feijão e arroz. A estiagem pode afetar a produção de carne e leite de gado, aves e suínos, e degradação da qualidade da água.
No caso do Brasil, a longa estiagem deste ano, tem causado outro problema grave: Os incêndios florestais. Considerando o acumulado do ano, neste ano o Brasil registrou 180.137 focos, 50,6% dos incêndios da América do Sul. O número é 108% maior em relação ao mesmo período de 2023, quando foram anotados 86.256 focos entre janeiro e 13 de setembro.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, os incêndios florestais no Brasil e em outros países da América do Sul são intensificados pela mudança do clima, que causa estiagens prolongadas em biomas como o Pantanal e Amazônia. Em 2024, 58% do território nacional já foram afetados pela seca. Em cerca de um terço do país, o cenário é de seca severa.
Em outros contextos, a seca prolongada altera até mesmo a população de uma região, causando eventos migratórios, eventualmente com grandes conflitos, fome e miséria. O problema da fome no mundo, possui três fatores diretos: a má distribuição de renda, guerras e governos ditatoriais, e prolongados períodos de seca.
Precisamos refletir sobre o que podemos fazer como agentes responsáveis pelo meio ambiente. É claro que boa parte dos incêndios não é gerado pela ação humana, mas é lamentável e insustentável imaginar, que em pleno Século XXI, ainda existam pessoas que por razões ideológicas ou pessoais, ainda não coopere para o bem-estar da natureza ou até mesmo provoque incêndios como frequentemente temos visto.
O homem que se distancia da natureza, se distancia de si mesmo, de sua essência, do entendimento da sua própria espécie. Essa convivência tem que ser respeitosa, saudável, atenta, cuidadosa e poderosa ao mesmo tempo. “No começo pensei que estivesse lutando para salvar seringueiras, depois pensei que estava lutando para salvar a Floresta Amazônica. Agora, percebo que estou lutando pela humanidade”. (Chico Mendes)
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