quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

O que farão com os meus souvenirs?

Resultado de imagem para imagem de souvenir

O pensamento é tosco e bizarro, mas não raras vezes já me peguei perguntando a mim mesmo: “O que meus filhos e netos farão com meus pequenos mimos, lembranças de viagens, placas de pratas e títulos e pequenos souvenirs que guardo com tanto orgulho?  O que farão com meus livros, que me custaram caro, e que me acompanharam durante boa parte da minha vida, e eventualmente me impediram de ir a um restaurante melhor porque optei por adquiri-los?” Tenho livro que custou $ 200 dólares.

O que acontecerá às centenas de canetas e relógios que ganhei e comprei e procurava exibir como troféu e status e que hoje se acumulam nas minhas caixas? Ah! E aquelas gavetas entulhadas de pequenos blocos que nunca usarei, de itens como abridores de cartas (que nem recebemos mais...), de barbantes, esponjas de carimbo, envelopes, guardanapos, cadernos antigos e velhas agendas usadas que registravam minha pesada agenda de trabalho?

Chego à trágica conclusão de que estas coisas só servem para mim, e para ser sincero, muitas delas, na verdade, nem mesmo para mim servem mais. Lembro do relato de um querido amigo que perdeu seu pai, homem de posições firmes, objetivos claros, de fortes opiniões que morreu subitamente depois de um fatal e rápido quadro de leucemia, que não durou mais de uma semana. Seus irmãos, reunidos em família, voltando do cemitério, precisavam agora “invadir” o escritório do pai, abrir suas gavetas. Nenhum deles tinha com coragem de “penetrar aquele espaço reservado e sagrado do pai”, repleto de contas antigas, recibos, declarações de imposto de renda, e depois de muita relutância, ele mesmo resolveu assumir a desafiadora função. Seu sentimento foi estranho e perturbador: “Sentia como se estivesse desrespeitando meu pai ao abrir seus armários”.

A verdade é que muito pouco do que temos interessa aos outros. A não ser bens e herança, que na maioria das vezes serve de controvérsia, disputa e separação da família, pouco vale o que acumulamos. Seus souvenirs pouco ou nada valerão. Quando meu sogro faleceu, minha sogra abriu suas coisas e disse que cada um pegasse o que quisesse: ferramentas, canivetes, camisas ainda não usadas, meias. Na verdade, todas aquelas coisas pouco valiam para cada um de nós.

Enfim, o que vale mesmo, são as lembranças de conversas privadas, abraços e risadas, hábitos e atitudes, que reverberarão  provocando amargura ou alegria mesmo depois de morto. O que fica de tudo não são os mimos que tanto valorizamos, nem os “recuerdos del Paraguay”, mas valores morais e espirituais que continuarão vivos, depois de nossa partida. O que conta, no final das contas, não são os souvenirs, mas as lembranças e heranças de amor que continuarão a inspirar indelevelmente as futuras gerações. 

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Fake News

Resultado de imagem para imagem fake news
Um dos grandes desafios da mídia social de hoje são as “Fake News”. O Portal Mackenzie a define como notícias falsas, mas que aparentam ser verdadeiras. Não é uma piada, uma obra de ficção ou uma peça lúdica, mas sim uma mentira revestida de artifícios que lhe conferem aparência de verdade.
Por haver um hiato na legislação sobre o assunto, a Polícia Federal poderá usar a Lei de Segurança Nacional (LSN), editada em 1983, para coibi-la nas eleições deste ano; e exigir a criação de uma nova lei para definir o crime e as punições aos infratores, já que existe uma “linha tênue dividindo o que é liberdade de expressão e crime”.  A Fake News pode causar muitos danos morais e ferir a integridade e a reputação de uma pessoa.
O que é interessante é que Fake News já possui uma legislação específica em um dos mais antigos códigos civis e morais do mundo: A Legislação Mosaica. No livro de Êxodo, um dos cinco livros da Lei do povo judeu, lemos o seguinte: “Não espalharás notícias falsas, nem darás mão ao ímpio, para seres testemunha maldosa” (Ex 23.1). Espalhar notícias falsas era severamente julgada, de acordo com o Pentateuco.
O Nono Mandamento é claro: “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo” (Dt 5.20). Maledicência, fofoca, mentira encontram-se na mesma lista fundamental que ordena que não façamos imagens de escultura para nos curvarmos diante dela ou lhe dirigir nossas preces, deixar de honrar os pais, matar, roubar e furtar.
Por que Fake News é tão severamente julgada? Pela razão simples de que ela é altamente destrutiva e pode ser devastadora. Um nome jogado na lama, demora muito tempo para se recuperar, e causa muito sofrimento àquele que é difamado.
Precisamos nos encorajar a dar boas verdadeiras e boas novas, pois a Bíblia ensina que elas restauram até a alma. Aliás, a palavra “Evangelho”, significa exatamente “boas novas”. Que melhor boa nova pode haver de que Deus, por meio de Cristo, nos perdoa e nos convida para restaurar nossa amizade com ele, e termos vida eterna, independente da situação moral e espiritual que estamos vivendo? A novidade do Evangelho é boa e verdadeira. Nenhuma notícia pode ser boa se é mentirosa?
Ao falarmos de determinada pessoa devemos sempre perguntar: 
(a)- A informação é verdadeira? 
(b)- Ela edifica? 
(c)- Devo realmente contar? Mesmo quando as coisas são verdadeiras não significa que devem ser ditas. 

Não apenas o Fake News pode ser ruim, as True Newstambém, se não são ditas para edificação e com amor.