O vício em apostas esportivas e jogos de azar, como o “jogo do tigrinho”, tem afetado profundamente os relacionamentos no Brasil. Sim, o vício em jogos de azar e apostas tem sido apontado como uma das grandes causas de divórcio. A advogada Audrey Cardoso Scattolin, afirma que 80% dos divórcios em seu escritório entre 2022 e 2023 estão relacionados ao vício em apostas.
A dependência em jogos de azar pode causar um ciclo vicioso de excitação e alívio, seguido por culpa e ansiedade. Esse comportamento é clinicamente conhecido como ludopatia, em alguns casos é classificado como doença mental. Um ciclo que leva o indivíduo a retornar ao jogo para aliviar esses sentimentos negativos. A mente de um jogador fica obscura, e não consegue mais desempenhar suas responsabilidades. Um pai dependente do jogo, perde a capacidade de brincar com seu filho e de se comunicar com a esposa. A consequência imediata, além das dívidas financeiras, é o distanciamento emocional. Como todo vício, a pessoa perde a noção de prioridades e valores. O viciado não pensa em ninguém, não pensa na família, nas consequências, não pensa em nada.
Redes sociais estão repletas de relatos de pessoas que perderam dinheiro e até bens, como carros e casas, tentando cobrir dívidas com agiotas. Segundo a “Divorce Online”, uma empresa do Reino Unido, o vício em jogos é um dos motivos pelos quais muitos relacionamentos não têm dado certo. A acessibilidade das apostas pelo celular e a promoção de plataformas em eventos esportivos são fatores que contribuem para o problema. Em algumas situações, as pessoas se envolvem com agiotas para continuar jogando, incrementando ainda mais o ciclo vicioso.
Especialistas afirmam que as apostas exploram a ilusão de dinheiro fácil, especialmente nas camadas de baixa renda, que veem no jogo uma solução para suas dificuldades financeiras. As consequências são devastadoras, no aspecto financeiro e emocional. A facilidade de acesso às apostas por meio do celular, sem ter que se deslocar a um estabelecimento físico é algo sedutor. O cenário atual tem sido tratado como um problema de saúde pública, e o governo ainda não se preocupou em fazer campanhas claras sobre o assunto, uma vez que os impostos são altíssimos e há muito interesse de grandes grupos empresariais sobre o assunto.
O cristianismo, historicamente, sempre se posicionou contra os jogos de azar. Por que a igreja cristã não aprova jogos de azar? Três fundamentos básicos foram construídos sobre este assunto: (1) Devemos viver do ganho honesto, ainda que penoso (Gênesis 3.19); (2) Não devemos gastar nosso dinheiro naquilo que não é pão (Isaias 55.1); (3) Precisamos usar nosso dinheiro com bom senso.
Além disto, há uma clara percepção que os jogos de azar trazem grandes prejuízos sociais, quase sempre levando a pessoa a viver sem equilíbrio. Jogo de azar muitas vezes estão associados à criminalidade. A contravenção sempre lança mão de jogos de azar. Outro fator a ser considerado é que pessoas viciadas se tornam cada vez menos produtivas.
Em caso de vício em jogos, é importante buscar ajuda, como o acompanhamento psiquiátrico e psicológico.
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