quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Mudando os paradigmas


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Certa pessoa comentou que sempre andava irritada no trânsito, sentindo-se agredida com ultrapassagens, buzinando, gesticulando, gritando, até que um dia, se viu numa daquelas situações que provocava sua natural irritabilidade. Um carro se movendo como uma tartaruga e não dando passagem a despeito de sua insistente buzina e sinal de luz. Ela já estava furiosa quando viu no carro um pequeno adesivo escrito: “deficiente! Tenha paciência!”

Aquilo mudou totalmente a situação. Sentiu-se envergonhado e queria fazer algo para se explicar, mas nada mudava seu sentimento de inadequação.

Foi então que algo interessante lhe aconteceu: Por que só se sensibilizou quando viu o adesivo? Ficou indagando: Será que sempre precisaremos de sinais para termos paciência com os outros? E se houvessem outros tipos de adesivos?
         -Eu perdi meu trabalho.
         -Estou lutando com um câncer.
         -Estou atravessando um momento difícil.
         -Estou de luto. Perdi uma pessoa querida.
         -Estou financeiramente quebrado.
         -Me divorciei e ainda estou tentando me organizar.

Stephen Covey relata no seu conhecido livro “Os Sete Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes” um episódio no metrô de Nova York quando uma pessoa entrou com seus filhos, inquietos e barulhentos, atirando coisas e correndo de um lado para o outro. Sua irritação foi aumentando cada vez mais até que disse ao pai:

-Senhor, seus filhos estão perturbando muitas pessoas. Será que não poderia dar um jeito neles?

O homem olhou para ele como se estivesse tomando consciência da situação naquele exato momento, e disse calmamente:

-Sim, creio que o senhor tem razão. Acho que deveria fazer alguma coisa. Acabamos de sair do hospital, onde a mãe deles morreu há uma hora. Eu não sei o que pensar e parece que eles também não conseguem lidar com isso.

Covey relata que, naquele instante seu paradigma mudou radicalmente. Ao entender a situação do outro, a compreensão do quadro alterou radicalmente sua atitude. Ao invés de condenar e se irritar, naquele momento ele queria ajudar e apoiar.

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Gratidão


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No dia 22 de Novembro comemoramos o “Dia internacional de ações de graças”, uma data pouco celebrada no Brasil, mas o dia do ano mais celebrado nos Estados Unidos. Para se ter uma ideia da importância deste dia, é o único feriado em que todas as lojas e shoppings fecham suas portas. Dia para estar com família e amigos.

É importante refletir sobre a gratidão, porque a alma humana não tem muita facilidade em apreciar, antes somos propensos à reclamação, ingratidão e murmuração. A Bíblia relata o encontro de Jesus com dez leprosos que foram curados, mas apenas um retornou para agradecer o milagre.

Para que desenvolvamos uma atitude de gratidão precisamos intencionalmente  de nos aplicarmos a isto. Não encontramos dificuldade em manifestar insatisfação e descontentamento diante de qualquer situação de frustração, mas expressar reconhecimento e apreço não é algo natural e espontâneo.

Como seria bom se soubéssemos agradecer. Tenho certeza de que, por causa do constante mau humor, seus colegas de trabalho poderiam se sentir positivamente surpresos, caso você chegasse no seu local de trabalho e fizesse um elogio sincero a um colega. Por agir sempre com ira, sua esposa olharia com desconfiança se hoje você resolvesse reconhecer gratuitamente algo positivo que ela tem se esforçado em fazer.

A verdade é que “ser agradecido faz todas as coisas melhores” (Norman Vincent Peale). Em geral, pessoas ingratas dificultam muito o bom andamento das coisas e geram um ambiente negativo ao seu redor. Além do mais, já perceberam como pessoas agradecidas parecem ser mais aceitas, ganharem as melhores promoções e terem sucesso na vida?

Para ajudar nesta tarefa, alguns recomendam que se faça um diário de gratidão, no qual você registrará aspectos que precisam ser constantemente lembrados. Escreva ainda o nome das pessoas que foram marcantes em sua história. Será que elas sabem disto? Você já lhes disse o quanto elas foram importantes para você e o que elas fizeram para ajudar? Você alguma vez já lhes enviou uma mensagem, lhes deu um presente ou as convidou para jantar em sua casa?

O último aspecto da gratidão que gostaria de lembrar. Você tem agradecido a Deus por todas as bençãos recebidas? Murmuração contra a vida, é quase sempre contra Deus. Você pode não fazer isto de forma consciente, mas inconscientemente você culpa a Deus pelo seu fracasso, derrota e mágoa. É muito comum ouvirmos falar de gratidão, mas ninguém fala a quem devemos ser gratos. Gratidão tem a ver com nossa relação com Deus. Quem é grato, em última instância o faz, porque vê a generosidade de Deus em sua história.

Você é uma pessoa grata? Em que rua tem caminhado: Na rua da gratidão e celebração ou do descontentamento e ressentimento? A rua em que você caminha determina seu humor e o tipo de pessoa que você decidiu ser.

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Que vida boba!


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No seu maravilhoso e angustiante poema chamado “Cidadezinha qualquer” (1930), Carlos Drummond de Andrade escreveu:

Casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar.

Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar... as janelas olham.

Eta vida besta, meu Deus. 

Alguns afirmam que este poema foi escrito quando Carlos Drummond perdeu sua querida filha, e isto lhe teria gerado uma profunda depressão.

Existe um livro na Bíblia chamado Eclesiastes que discorre sobre a vida humana vivida “debaixo do sol” (expressão que acontece 29 vezes no livro), afirmando que ela nada mais é que um tédio insuportável. O tema central é “vaidade,”, algumas traduções falam de “inutilidade” (NVI) “ilusão” (NTLH), “tudo é fugaz” (EP) e na linguagem de hoje: “Tudo é terrivelmente frustrante” (BH). A paráfrase da Bíblia viva afirma que “a vida é boba!”.

Ed Rene Kivitz afirma que este é “o livro mais mau humorado da Bíblia”. Eclesiastes diz que “a vida não faz sentido” (Ec 2.19) e que nada mais é que “um absurdo e uma grande injustiça” (Ec 2.21).

O pessimismo tem uma razão de ser. Salomão, o autor do livro o escreveu quando se afastou de Deus. Ele começou muito bem sua história pessoal, pois quando jovem, resolveu viver uma vida para Deus, mas com o passar do tempo, seu desejo de grandeza, sua vaidade e anseio pela fama o absorveu de uma forma tão grande que ele desconsiderou Deus e passou a viver segundo o seu bel-prazer.

O pessimismo torna-se insuportável quando a vida passa a ser vivida no plano meramente histórico, e as respostas filosóficas para as contradições, injustiças e paradoxos não são encontrados. O próprio Salomão, reconhece “separado de Deus, quem pode alegrar-se?” (Ec 2.29).

“A vida deixa de ser boba quando é vivida em sua plenitude acima e abaixo do sol, no plano físico e metafísico, no plano religioso e secular, no plano da fé e da razão” (Elber Lenz Cesar).