quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Intenção



Já foi dito que de “boas intenções o inferno está cheio!”, talvez seja uma referência ao fato de que, boas intenções não bastam se elas não forem cumpridas. Temos sistemas públicos, jogadores de futebol, pais e mães, todos cheios de boas intenções, mas isto não significa que suas atitudes mudaram. Por isto é necessário que a intenção se torne algo prático, para que realmente seja válida.
Mas a intenção é importante, porque a questão subjacente nela é: “O que você pretende?” Sua intenção é o propósito e objetivo de vida. Mesmo quando não atingimos exatamente os alvos que havíamos proposto, se continuarmos firmes, buscando novas atitudes e comportamentos, provavelmente seremos bem sucedidos no alvo que estabelecemos para nossas vidas, e quando um pequeno objetivo é atingido, isto significa encorajamento, ainda que estejamos ainda muito longe da intenção originalmente estabelecida. O desejo real de mudança, já é em si, mudança.
Pense num marido que tem a intenção de ser mais responsável em casa, mais honesto nos seus negócios, mais cuidadoso e gastando tempo de qualidade com seu filho e esposa. Pode ser que o alvo final dele ainda esteja muito longe de ser alcançado, mas pequenos avanços demonstram que está progredindo, e lhe dá ânimo para persistir no alvo.
O grupo de consultoria e motivação FranklinCovey fala de alguns Aceleradores de intenção. São eles:
1. Examine seus motivos – Responda aos cinco W. Why? When? Whom? Who? Where? Ao aproximar-se de sua verdadeira intenção pergunte-se: Sou motivado apenas pelos meus interesses ou pelos interesses de todos?
2. Opte pela Abundância – Pergunte-se: Acredito que há recompensas, crédito, reconhecimento e benefícios suficientes para atender aos interesses de todos?
3. Declare sua intenção – Escolha a intenção mais conveniente a todos, inclusive a você. Declare, comunique, esclareça e discuta sua intenção – especialmente quando ela não estiver clara.
Ouvi certa vez uma afirmação que tem me ajudado muito: “Eu não sou quem eu deveria ser, muito menos aquilo que deveria ser, mas não sou mais quem eu era, e pela graça de Deus, sou o que sou”. Ou como afirmou A. W. Tozer: “Estou perfeitamente consciente de que necessito de mais graça. Envergonho-me de não possuir uma fome maior de Deus... tenho sede de tornar-me mais sedento ainda...”

Minhas intenções são frágeis, pusilânimes, equivocadas, mas não posso querer ficar onde estou. Tem que ser daqui para melhor. Não posso ficar estagnado nas minhas contradições e paradoxos, preciso avançar... Intenções podem me ajudar a estabelecer novos alvos e lutar por uma nova condição de ser e viver. O apóstolo Paulo afirmou: “Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”. 

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

O Poder do Elogio



Todos nós apreciamos um elogio, embora nem sempre saibamos recebê-lo. Pesquisas revelam que 65% das pessoas elogiadas reconhecem sentir-se embaraçadas, mesmo quando sabem que o elogio foi sincero. Alguém um dia me ensinou algo que me ajuda muito nestas situações: “Não se desculpe, e nem tente elogiar de volta para livrar-se do embaraço, apenas diga: Obrigado!”.
O elogio sincero é o melhor tempero num relacionamento. Não estamos nos referindo à bajulação que é falso, não tem sentido real ou não passa de louvor exagerado, que além de soar mal deixa a impressão de que é feita com segundos motivos e que a pessoa está querendo algo em troca ou fará um comentário ruim, do tipo: “Você é tão inteligente! Como se explica que tire más notas na escola?”.
A verdade é que o elogio tem o poder de transformar a vida das pessoas. Mark Twain afirmava: “Posso viver dois meses com um bom elogio”. Filhos, funcionários e cônjuges precisam receber apreciação. A auto-confiança é o maior presente que um ser humano pode oferecer a outro. O pai sensato faz o seu dever de apreciar o filho quando este merece. Alguém já disse: “louve a virtude e encontrará poucos vícios para condenar”.
O problema é que não temos facilidade em dar e receber elogios. Nossa propensão maior é maldizer, reclamar e depreciar, no entanto, todos precisamos de uma boa dose de aprovação exterior para sobreviver emocionalmente. Não conhecemos ninguém que ande sofrendo por ter sido valorizado. Talvez esta seja a razão de que, por sermos sempre corrigidos e criticados, temos a tendência de pensar que os elogios são falsos.
O elogio gera melhores atitudes. Uma criança apreciada por um determinado comportamento tende a repeti-lo. Isto é chamado na teoria piagetiana de reforço positivo. O elogio simples e direto aproxima as pessoas, afinal, quem quer ficar ao lado de alguém que está todo tempo recriminando, criticando e maldizendo? Existem determinadas pessoas que são tão ácidas que provocam azia em pacote de sonrisal. Por que alguém gostaria de ficar ao lado delas?

De forma prática, gostaria de sugerir que neste dia você aprecie, sinceramente a atitude de 5 pessoas ao seu redor. Pode ser seu colega de trabalho, sua secretária, seu esposo, etc. Seja pródigo, sem ser bajulador ou falso. O elogio falso gera aversão e reação contrária. As pessoas não são tolas. Mas diga algo que realmente julga importante e verá como uma apreciação traz encorajamento, motivação e alegria. Tente superar sua língua destrutiva e seu falar injurioso. Fale bem! Mande um e-mail. Telefone! Deixe um recado! Dê uma gorjeta ou aumente um pouco o salário de seu funcionário que tem lhe servido tão bem por tantos anos. Pequenas atitudes mudam nossa história. Segundo Cícero, o elogio é “o mais doce de todos os sons”. 

sábado, 10 de agosto de 2013

Construindo memórias



No segundo domingo de Agosto comemora-se o Dia dos Pais. Acredito que uma das tarefas mais saudáveis que podemos produzir é a geração de boas lembranças nos filhos, que serão relatadas aos netos. Temos o desafio de não apenas sermos lembrados como mantenedores e provedores do lar, ou como disciplinadores dos filhos, mas como gente que construiu memórias agradáveis. Esta é a desafiadora tarefa de levar nossos filhos a terem saudades de eventos engraçados e significativos na vivência familiar.
Certo pai resolveu fazer isto de forma criativa: Planejou uma viagem com seus filhos, fez todas as reservas de hotéis, organizou o trajeto que seguiriam de carro, as estradas que deveriam pegar, onde deveriam almoçar, mas disse aos seus filhos que infelizmente não poderia ir por causa do trabalho. Então, assim que sua esposa saiu com eles num carro cheio de bagagens, ele saiu com um amigo em outro carro e adiantou-se ficando esperando no primeiro restaurante onde deveriam almoçar. Quando sua família chegou ao local, ele já estava assentado à mesa, e assim que seus filhos chegaram, o menor, de 7 anos disse: “Aquele homem parece o PAPAI!!!”
Quando um amigo lhe perguntou por fizera isto ele respondeu que gostaria de ser lembrado não apenas pelas broncas que dava e pelas contas que pagava, mas também pelas surpresas que promovia.
Parte das boas lembranças que tive como garoto tem a ver com imagens do passado ao lado da família. Numa delas, uma viagem numa Brasília semi nova que meu pai havia adquirido, saímos de Gurupi-TO, num percurso de quase 2 mil km, até o leste de Minas, com 5 filhos dentro de um carro para visitar meus avós. Dentro do carro, comíamos farofa e ouvíamos musicas gravadas em um tape, cantando numa língua que não compreendíamos, as estrofes de Elvis Presley. Ao invés de dizermos “It´s now or never”, dizíamos, “It´s maionese”, e tudo estava certo!
Lembro-me ainda dos rústicos acampamentos que fazíamos à beira do Rio Formoso, onde passávamos dias com muita simplicidade e alegria.
Memórias, porém, podem ser amargas e doloridas. Muitos hoje gastam fortunas em terapias, para se livrar dos fantasmas do passado, construídos por feridas abertas, descaso e indiferença, abandono psicológico e ausência emocional, palavras descaridosas e abusos. Por esta razão, precisamos ser agentes de memórias que gerem saúde e graça.

Quero encorajar os pais a serem produtores de memórias agradáveis, que tragam saúde emocional e mental. Memórias tem o poder de adoecer, mas são capazes também de gerar cura, construir a auto-estima, e valorizar a existência. Memórias positivas se constroem no ambiente familiar, onde os pais são promotores de inesquecíveis e terapêuticas lembranças.