sábado, 17 de setembro de 2022

Como está você? De fato!

  



 

Ao cumprimentarmos alguém, a frase inicial mais comum é perguntar como ela está. Quase sempre a resposta é: “Tudo bem, obrigado!” Trata-se de uma formalidade social que cumpre um papel de bons tratos e educação. Ao fazermos a pergunta, não necessariamente estamos interessados em saber se, de fato, o outro está bem. A resposta que recebemos atende uma exigência social e nem sempre condiz com a realidade.

 

Muitas vezes as coisas não estão bem, mas sim muito ruins. Nem sempre a saúde está boa, a família está bem, os negócios vão bem, o humor está bom. Por vezes a depressão domina, a ansiedade controla o dia a dia, a tristeza e a melancolia estão presentes. Clarice Lispector se expressou: “Às vezes melancolia sem causa escurecia-me o rosto, uma saudade morna e incompreensível de épocas nunca vividas me habitava.” É o tédio, a sombra, a falta de sentido, o vazio, a saudade “morna e incompreensível.”

 

O que diferencia a grave depressão de uma “tristeza reativa” é a intensidade e a constância. Precisamos estar atentos aos movimentos do coração, considerar a profundidade e extensão da dor. Podemos estar no limite de um colapso emocional, de um forte estresse ou até mesmo de um burnout. O corpo, eventualmente, demonstra um desgaste além do normal e isso serve como termômetro. Assim, a produtividade cai, a irritabilidade vira rotina, o cansaço e a fadiga tornam-se habituais e a insônia está sempre presente.

 

 

Cuidado! Você pode estar em uma perigosa linha de equilíbrio que já oscila entre o amarelo - advertência e cuidado - e o vermelho - perigo e risco iminente de colapso. A cura dependerá da gravidade do diagnóstico. Para um leve estresse, mudar a rotina da alimentação, diminuir o ritmo das atividades e do perfeccionismo, fazer caminhadas leves ou ir à academia e desenvolver hobbies podem ser altamente eficazes.

 

O sábado foi criado por Deus para que nossa energia fosse renovada. Por conta disso um dia de descanso cumpre o papel de nos restaurar emocional e fisicamente. Toda natureza precisa de reciclagem, de descanso. É um momento para a homeostase. Entretanto, quando os fusíveis emocionais são gravemente danificados, é necessário buscar técnicos competentes que reajustem as peças.

 

Muitas pessoas não precisam apenas de descanso e lazer, mas também de remédio e orientação clínica. Por causa do enorme desgaste sofrido, precisam de psicoterapia longa e demorada para reencontrar o fio da meada, reorganizar os sentidos e o universo simbólico, e de um psiquiatra que lançará mão de recursos medicamentosos.

 

Também muito da dor e vazio estão relacionados também à ausência de propósito e à vacuidade existencial e espiritual. Blaise Pascal afirmou que “o homem tem um vazio em forma de Deus.” Nem sempre uma viagem, tempo de descanso ou mesmo remédio conseguirão resolver esta sede infinita do Ser pela eternidade e por Deus. Ora... é porque fica faltando um ponto infinito para interligar todos os demais.

 

 

 

 

 

Micro Hábitos

 


 

BJ Fogg professor de Psicologia em Stanford é o autor do livro “Micro-hábitos: Pequenas mudanças que mudam tudo”, segundo ele “O sucesso é a soma de pequenos esforços repetidos dia após dia (...) Quanto mais fácil for um comportamento, maior a probabilidade dele se tornar um hábito”, e que, “Quando o assunto é mudança, Micro é Gigante.” O único caminho para mudanças importantes e necessárias na vida são os primeiros e pequenos passos,

 

“A mudança é fácil ― uma vez que ela começa, cresce por si só.” Ele encoraja o leitor a deixar para trás a fadiga e a preguiça, livrar-se da culpa e do sentimento de inadequação, que leva as pessoas a se sentirem mal, construir hábitos, reduzi-lo à última escala e analisar onde é possível encaixá-lo de maneira natural e deixá-lo crescer natural e espontaneamente.

 

Com base em vinte anos de pesquisa com mais de 40 mil pessoas, ele diz que a chave para a mudança de comportamento é o oposto do que sempre foi dito. Não é sobre força de vontade: é sobre o foco no que é fácil mudar. Ele oferece um guia prático, e aplicável e convida o leitor a direcionar a atenção para o que queremos fazer (e não o que os outros acham que deveríamos fazer) e cultivar uma vida mais feliz e saudável com os micros hábitos. Desta forma é possível construir rotinas sem culpa, autopunição, e sem depender da força de vontade.

 

Pense na questão do exercício físico, que para alguns é um verdadeiro tormento. Criar pequenos hábitos de atividades físicas podem mudar completamente a saúde. Andar 10 minutos por dia, certamente é pouco, mas a maioria vive de forma absolutamente sedentária, e este é um dos grandes problema da vida moderna.

 

Considere a área financeira. O hábito de colocar dez reais por dia na poupança, apenas dez reais. Sabe quando você terá no final de um mês? 300 reais. E No final de um ano? R$ 3.600,00 reais. Potencialize isto por 20 ou 30 anos. Você terá uma pequena fortuna.

 

Na internet é possível encontrar muitas dicas de micro hábitos, como:

 

1.   Dizer não! Aprender a eliminar aquilo que não traz resultados. dizer ‘não’ para coisas desnecessárias, ajudará a dizer ‘sim’ para coisas prioritárias.

2.   Tire tempo para silenciar o coração. Um ser humano pode ter 258 pensamentos por hora. Assentar-se 5 a 10 minutos em silêncio traz descanso ao coração agitado.

3.   Pensar antes de reagir. Dê um passo atrás antes de responder a uma situação provocativa. Desta forma é possível assumir o controle.

4.   Tire tempo para ler. Ainda que pequenos trechos. Dez minutos por dia. Isto ajudará seu crescimento pessoal, profissional e financeiramente.

5.    Pare de reclamar e comece a agradecer. Reclamação te torna depressivo e lhe deixa apático. Comece a fazer ao invés de reclamar.

6.    Beba muita água. Ela o manterá hidratado, ajudará a digestão, estabilizará o batimento cardíaco, expelirá bactérias da bexiga, protegerá órgãos e tecidos.

7.    Comece cada dia indagando: “O que posso mudar hoje para tornar minha vida melhor?”

Os micros hábitos não são difíceis de desenvolver, nem exigem muitas horas. Basta adicioná-los à vida. Você possui algum micro hábito?

 

 

Autoengano

 




 

O autoengano é um fenômeno mais comum que imaginamos. Ele pode variar desde o pensamento mágico, de que as coisas serão como penso, até a autossabotagem - uma forma inconsciente de autopunição. Nesse processo a pessoa conspira contra si mesma, impedindo o próprio crescimento emocional ou profissional.

 

Um ditado popular diz que “a mente da gente mente pra gente constantemente.” Podemos fazer leituras equivocadas sobre a vida ou mesmo julgar os outros erroneamente por causa de lentes culturais, morais ou pelas impressões parciais que construímos. Nossos construtos psicológicos podem afetar nossas leituras sobre o que vemos, percebemos ou ouvimos.

 

É claro que podemos ser enganados por pessoas desonestas e mentirosas, mas o mais estranho é sermos enganados por nós mesmos. Não é raro fazermos inferências ou declarações e mais tarde nos assustarmos com a descoberta de que estávamos completamente equivocados sobre algo ou alguém. Isso gera a reflexão do tipo: “Não pensei isto antes... Não vi isto antes, apesar de estar tão claro...”

 

Santo Agostinho afirmou que a mente controla o corpo, mas a mente não controla a mente. Somos capazes de adoecer nossos corpos por causa da ansiedade ao despejarmos uma quantidade imensa de toxinas em nosso sistema respiratório. A mente é capaz de contaminar o corpo afetando-o significativamente, causando úlceras gástricas, câncer e infarto. Ora, a mente tem o poder de intoxicar o corpo.

 

Por outro lado e, curiosamente, quando tenta controlar a si mesma, a mente não consegue. Considere o pensamento agitado, o estresse, a preocupação e a insônia. Quem enfrenta essas disfunções não consegue dizer a si mesmo: “Não fique ansioso!” Esta não é uma equação tão fácil de resolver... pior ainda é ir para a cama repetindo: “Você precisa dormir!” porque o sono só vem quando a mente desiste de controlar e se deixa dominar pelo sono. A preocupação não resolve a insônia, pelo contrário, a faz aumentar. Quando ficamos ansiosos por causa da nossa ansiedade, nós nos tornamos mais ansiosos ainda.

 

O autoengano é sempre uma possibilidade. Ele se manifesta nas escolhas e decisões erradas que fazemos, nos maus investimentos financeiros, na dificuldade de ler corretamente as placas de sinalização da alma e nas percepções distorcidas da nossa ótica. Outro aspecto mais grave surge no engano de continuarmos julgando que estamos com a verdade, não mudarmos e permanecermos rígidos e inflexíveis em áreas da vida que exigem mudança.

 

O engano que nunca permite arrependimento, mudança e crescimento espiritual e emocional, certamente é o lado mais obscuro e prejudicial de uma mente que permanecerá errada achando que sempre esteve certa.