A Quaker Oats Company é famosa por seus flocos de aveia e tem uma história rica que remonta ao século XIX. A marca, com seu icônico homem mais velho de barba branca, carrega consigo uma relação intrigante sobre fé, negócios e um cereal nutritivo. O nome "Quaker" foi inspirado na Sociedade Religiosa dos Amigos.
Os Quackers eram um grupo religioso, caracterizado por uma grande simplicidade. O nome "Quaker" na verdade era uma forma de zombaria, porque alguns membros desse grupo tremiam durante momentos de profunda experiência religiosa.
Um dos elementos mais marcantes dos seus cultos era o silêncio. Defendiam o princípio da Igualdade sem distinção entre clérigos e leigos e todos os membros eram considerados iguais, valorizavam a paz, o trabalho árduo e são conhecidos por seu luta em prol da justiça social e da resolução pacífica de conflitos.
Quando analisamos estas questões nos perguntamos. Os fundadores da Aveia Quackers Oats eram “Quackers”? A resposta é negativa. Eles não faziam parte deste grupo, mas seus fundadores: Henry D. Seymour e William Heston, dois empresários norte-americanos, admiravam seus princípios e decidiram usar o nome para representar a qualidade e a integridade de seus produtos. O grupo foi a inspiração para a criação da marca. Eles entenderam que essas virtudes forneceriam a identidade perfeita para sua empresa. Ao longo dos anos, a imagem do homem da aveia passou por algumas mudanças, mas sempre manteve sua essência original.
O que me chamou a atenção foi o fato de que, um grupo de empresários tenha se sentido atraído a um nome por causa das virtudes morais. Vivemos dias em que pensar em alguma coisa desta natureza é quase impossível. O que inspira atualmente não são as virtudes, o que chama a atenção da mídia não são os exemplos de grandes cidadãos, mas o efeito midiático de seus personagens.
Um exemplo pode nos ensinar sobre isto. Em 5 de outubro de 2017, Heley de Abreu Silva Batista, uma professora da creche Gente Inocente, em Janaúba, de apenas 43 anos, morreu para salvar as crianças durante um incêndio criminoso de um funcionário da escola. Devido à sua bravura e coragem, ela resgatou pelo menos 25 crianças e na tentativa de salvá-las do incêndio, acabou perdendo sua vida. Naquele mesmo ano, a revista Joyce Pascowitch elegeu Pablo Vittar, "A Pessoa do Ano." Não quero fazer críticas aos que admiram esta personalidade, mas certamente a pessoa do ano, deveria ser alguém cujas virtudes e valores pudessem se tornar marcantes como foi o gesto da incansável professora.
A ética é como a cola que mantém a sociedade unida. Ela nos proporciona um senso de direção, nos ajuda a tomar decisões mais conscientes e nos permite construir um mundo mais justo e humano para todos. Uma sociedade com modelos éticos mais sólidos, encoraja a defesa dos fracos e vulneráveis, o sacrifício e a solidariedade. Nossa inspiração precisa ser ética e moral.
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