quarta-feira, 11 de agosto de 2010

O segredo da vida

“O segredo da vida é desfrutar a passagem do tempo”. Esta frase foi escrita pelo cantor e compositor James Taylor. Certamente se trata de uma boa filosofia de vida. Aprender a curtir cada momento de nossa história como algo especial e único é algo maravilhoso.
Muitos vivem presos às memórias do passado ou aos sonhos e fantasias do futuro. O primeiro grupo se torna saudosista ou amargurado. Os saudosistas falam de um tempo em que tudo era bom, não conseguem avançar porque perderam o timing da vida, como a mulher de Ló que olhou para trás tão fixamente que virou uma estátua de sal. Sua vida congelou – não conseguiu mais caminhar.
Os amargurados se prendem ao passado por uma razão ainda pior: Raiva ou ressentimento. Contemplam sua história como se alguém, o mundo, ou mesmo Deus, lhes devesse algo. Não conseguem avançar porque desejam vingança ou justiça, e a vida simplesmente não lhes responde em termos mecanicistas do tipo causa/efeito. Não desfrutar a passagem do tempo por causa do que nos fizeram impede-nos de ver a história como processo, movimento, dinamicidade.
O ontem pode, de fato ter sido traumático, dolorido, mas a vida é dinâmica. “Nada do que foi será, de novo do jeito que já foi um dia. Tudo passa, tudo sempre passará” (Lulu Santos). Precisamos viver o presente com suas ambigüidades, contradições e possibilidade. O tempo não pára.
Outros vivem do futuro. Alimentam-se de fantasias e irrealidades, achando que vão chegar um dia no seu shangrilah. De fato, viver o aqui e agora é uma difícil tarefa. É mais fácil não ter que encarar a vida com realismo. Mas quando se lida com o hoje, descobre-se quantas possibilidades se abrem com o dia que se levanta. O salmista entendeu isto ao afirmar: “Este é o dia que o Senhor nos deu. Alegremo-nos e regozijemo-nos nele”. Jesus exortava seus discípulos a não andarem ansiosos com o dia de amanhã. “Basta a cada dia seu próprio mal”.
Certo homem, apesar de rico, não conseguia desfrutar o dinheiro acumulado, sempre preocupado com o futuro. Aos 73 anos desenvolveu câncer, e após o processo quimioterápico, andando pelo parque, comentou com sua esposa que nunca tinha notado as flores e os patos da lagoa. Foi necessário estar muito doente para perceber a beleza da natureza, a riqueza do dia de hoje os fascinantes aspectos da vida.
Precisamos desfrutar cada passagem do tempo, sabendo que os minutos que se passaram na leitura deste artigo, por exemplo, são únicos e irrecuperáveis, por isto, jamais resgatados. São parte de uma história que, bem ou mal, você viveu.
Aeroporto de Campinas- SP, 06.08.2010

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