terça-feira, 3 de setembro de 2013

Sobre os médicos cubanos



Todos reconhecemos a necessidade de mais médicos em nosso país, embora saibamos que os problemas da área de saúde vão muito além da escassez de profissionais. Falta um olhar atento e sensibilidade real dos dirigentes da nação em relação ao quadro completo. Não adianta termos mais médicos se não tivermos dipirona, gases, leitos, soro e ambulatórios minimamente equipados para atender as demandas.
Existem, porém, vários dilemas desafiadores neste processo de contratação:
  1. A rapidez com que as coisas foram feitas. A sensação que se tem é que tudo isto já estava pronto para uma migração de tantos profissionais. Não é fácil retirar uma quantidade tão grande de gente qualificada de uma ilha, e muito menos de acolher tais pessoas com dignidade. Morei fora do Brasil por alguns anos e sei como são complexas as papeladas e a burocracia para fixar residência noutro país.
  2. A necessidade de mais médicos já é percebida há muito tempo. Por que o Brasil não permitiu e encorajou jovens ávidos para serem aprovados nos concorridos vestibulares do nosso país para estudarem fora? Por que não agilizou a criação de novos cursos de medicina? Perdemos a oportunidade de qualificar bons estudantes que poderiam entrar no mercado de trabalho, com um controle muito maior sobre a qualidade de seu ensino.
  3. Por que esta importação de médicos “cubanos”? Conhecendo o dolorido histórico de perseguição de nossa presidente na época militar do Brasil, de sua ideologia marxista/leninista, não paira a suspeita de se tratar de uma questão ideológica? O materialismo dialético não estaria enviando “missionários” com recursos públicos para doutrinação de bolsões de pobreza em nosso país?
  4. Por que um “contrato de gaveta”, que beneficia diretamente o Estado ao invés de dar plenos direitos de cidadania aos profissionais que exercerão suas profissões no Brasil? Os médicos cubanos só receberão 35% do valor do salário, o restante vai para manutenção do regime cubano – não seria este um artifício legal para transferir dinheiro para um Estado totalitário?
  5. Mais preocupante que todos os itens anteriores. Médicos e médicas virão para o Brasil sem trazer seus familiares e caso peçam asilo político estes lhe serão negados. Por que não trazer os filhos e esposas? A família estorva ou ajuda o exercício da profissão? Será que a ideologia deve estar acima do bem estar pessoal e da unidade da família?
Estas perguntas, honestamente, me inquietam...


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