sábado, 24 de outubro de 2020

Revolução Verde



 

Uma das experiências mais incríveis que está sendo feita em alguns países dominados por regiões desérticas é o reflorestamento de áreas consideradas estéreis. 


Em 1979, o indiano Jadav Payengainda adolescente,decidiu tomar uma atitude para conter a erosão que afetava Majuli, a ilha onde mora. Ele começou a plantar árvores todos os dias e, após manter o hábito por 40 anos, foi capaz de criar, sozinho, uma floresta de 550 hectares.


Outra experiência considerada um sucesso é o reflorestamento do grande deserto Kubuqi, sétimo maior deserto da China, localizado na Região Autônoma da Mongólia Interior. Trata-se da região Norte do país, marcada por frequentes tempestades de areia e o experimento tem sido inspiração para outros países no combate à desertificação. Nas últimas três décadas, um quarto dele já foi reflorestado.


O cientista holandês Pieter Hoff desenvolveu um método que possibilita plantações no meio do deserto e até mesmo em terrenos pedregosos. Ele projetou o GroasisWaterboxxinvento capaz de condensar e armazenar a água contida no ar sem usar energia, além de alimentar a planta pouco a pouco. O Groasis já foi testado no deserto do Saara e durante os quatro anos de experiências, obteve um índice de sobrevivência de árvores de 88,2%. A esperança do pesquisador é que essa seja uma solução para os problemas do desmatamento, escassez de alimentos e conservação de água. Hoff acredita que nos próximos 40 anos a Waterboxx ajudará a reflorestar 2 bilhões de hectares de deserto.


Então surge uma pergunta: é possível reflorestar o deserto do Saara? A resposta é sim, ainda que a um custo astronômico, mas não impossível. O Projeto Muralha Verde tenta, pelo menos, conter o avanço do deserto promovendo, justamente, um grande replantio de árvores ao longo da borda do Saara, área muito afetada pela degradação do solo. Trata-se de um gigantesco muro verde que está se erguendo há mais de uma década no continente africano, envolvendo a plantação de milhões de árvores em pleno deserto. 


plano prevê uma muralha de árvores com vinte e sete quilômetros de largura por oito mil metros de comprimento que servirá para conter a desertificação e dar mais chances aos africanos de cultivarem sua comida, podendo conter migrações. A Muralha Verde custará nove bilhões de dólares e deve funcionar como uma barreira ou como fertilizador do solo. É uma tarefa difícil e cara, cujosefeitos podem ser surpreendentes em longo prazo.


Isso nos leva a pensar na importância do planejamento ecológico e no cuidado com a natureza. Um olhar cuidadoso pode não apenas ajudar no equilíbrio e harmonia das florestas, cerrados, rios e áreas desérticas, mas certamente trazer um grande e positivo impacto social, bem como promover o desenvolvimento econômico. Além de ecologicamente sensato é economicamente viável.

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