quinta-feira, 1 de março de 2018

Unção para a arte

Resultado de imagem para imagem arte

Apesar de ouvirmos inúmeras vezes que não há diferença entre o trabalho “secular” e  “religioso”, e que vocação deve cumprir, em qualquer dimensão o propósito de glorificar a Deus, “Quer comais, quer bebais ou façais qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1 Co 10.31), nem sempre entendemos, num nível profundo, esta verdade tão significativa do chamado e vocação. Ainda acreditamos que a unção de Deus, em áreas tão diversas como música, artes, artesanato, design de moda não tem tanto valor como o chamado pastoral ou missionário.

Um texto do livro de Êxodo, porém, surpreende o leitor com a seguinte declaração: “falarás também a todos homens hábeis a quem enchi do espirito de sabedoria, que façam vestes para Arão, para consagrá-lo, para que ministre o oficio sacerdotal” (Ex 28.3). Deus mesmo capacitou estes irmãos, com uma unção espiritual, enchendo-os de habilidades artísticas para a costura. Você poderia imaginar que um alfaiate pudesse ter uma unção especial e direta de Deus?

Minha mãe é costureira, e por muitos anos sustentou a família com sua máquina e sua impecável arte de fazer roupas. Ela era muito apreciada pelas madames da cidade que chegavam em seus bonitos carros à porta de nossa casa trazendo finos tecidos para que ela fizesse as roupas. Tenho uma enorme gratidão por seu esforço e dedicado trabalho que serviu para a manutenção da casa, mas jamais poderia imaginar que tal arte e profissão, pudesse descrita na bíblia como uma unção especial.
Isto se aplica a outras profissões.

Disse Moisés as filhos de Israel: Eis que o senhor chamou pelo nome a Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá, e o espírito de deus o encheu de habilidade, inteligência e conhecimento em todo artificio, e para elaborar desenhos e trabalhar em ouro, prata e em bronze, e para lapidação de pedras de engaste, e para entalho de madeira, e para toda sorte de lavores. Também lhe dispôs o coração para ensinar a outrem, a ele e a Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de Dã. Encheu-os de habilidade para fazer toda obra de mestre, até a mais engenhosa, e a do bordador em estojo azul, em purpura, em carmesim e em linho fino, e a do tecelão, sim, toda sorte de obra e a elaborar desenhos. Assim, trabalharam Bezalel e a Aoliabe, e todo homem hábil a quem o Senhor dera habilidade e inteligência para saberem fazer toda obra para o serviço do santuário, segundo tudo o que o Senhor havia ordenado” (Ex 35.30-35;  36.1).

A Bíblia fala de Jubal, que eram músico, a quem deu a unção para realizar a arte. “O nome de seu irmão era Jubal; este foi o pai de todos os que tocam harpa e flauta” (Gn 4.21) e de Tubalcaim, artífice de todo instrumento cortante, de bronze e de ferro” (Gn 4.22).

Talvez isto explique um pouco mais a declaração bíblica: “Tangei ao Senhor com arte e com júbilo” (Sl 33.3). O louvor requerido por deus deveria ser feito com arte, com beleza plástica e excelência e isto é muito importante. Existem muitos que acham que podem fazer louvores sem cuidado, sem esmero, de qualquer jeito, mas não é isto que Deus pede. Certa pessoa disse ao seu pastor que queria cantar uma música na igreja, que não estava bem ensaiada mas era de coração para o Senhor, e o pastor disse: “Então, como é para o Senhor, ensaie melhor e apresente alguma coisa com mais qualidade”.

A música também não pode ser feita sem júbilo, e isto tem a ver com a alegria e unção que deve estar no coração daquele que adora. É possível ministrar o louvor, com muita qualidade técnica, mas não fazer com o coração. Sem fazer com entusiasmo e alegria.

Júbilo e arte. Uma coisa não prescinde da outra. Não são excludentes, mas complementárias. Muitos fazem “de coração”, mas sem arte, outros fazem “com arte”, mas sem coração. Ambas demonstram ineficácia e deficiência quando se trata de fazer para Deus.

Estas duas abas da adoração devem andar juntas.

A arte tem um papel importante porque ela glorifica a Deus.

Poucas pessoas entenderam isto tão bem isto quanto Juan S. Bach, em todas as suas obras ele colocava no final: “Para a glória de Deus!” Ele produzia música de qualidade, mas seu objetivo era era glorificar o Deus a quem ele servia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário