segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Ira não resolvida

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Não é muito difícil sermos irritados e provocados por pessoas e situações ao nosso redor, felizmente a maioria desta raiva ou ira se dissolve rapidamente. É um comentário feito pela esposa (o), a grosseria do chefe, a intransigência do pai, uma ultrapassagem forçada no trânsito, a demora no atendimento de uma instituição pública ou financeira, o telefone que não funciona quando você precisa... e a lista é quase interminável.

A nossa irritação eventualmente é razoável, mas não raramente é desproporcional ao que nos aconteceu. Nossa reação depende muitas vezes, não exatamente do que nos fizeram, mas do grau de humor e irritabilidade que estamos enfrentando. Muitas vezes estamos serenos e eventuais provocações não nos tiram do sério; outras vezes estamos com o nervo à flor da pele, e coisas pequenas tornam-se grandes, gerando desavenças, discussões e até mesmo ofensas em casa e no trabalho.

No entanto, existe ainda uma ira pior do que esta: É a ira não resolvida. Não apenas do tipo que nos desestrutura e irrita profundamente, ou aquela que remói no estomago à noite, mas a ira que aparentemente desapareceu e que na verdade foi enterrada... viva... dentro de nós.
Muitos sequer estão conscientes de sua presença, mas como uma ferrugem no carro ou a traça no escuro, ela continua destruindo relacionamentos e impedindo a alegria.

Alguns incidentes afetam pessoas durante anos, trazendo dramáticas conseqüências emocionais e espirituais. Uma ofensa ou um abuso sexual na infância pode ter um efeito devastador na fase adulta. Por causa da culpa e da dor, pessoas se punem, alimentam ressentimentos, tornam-se reativas e anti sociais, usando escudos de defesas. Viver com pessoas raivosas é como viver num campo minado. Quem se aproxima corre sério risco de ser ferido. Isto inclui esposas, filhos e colegas de trabalho. Pessoas raivosas tendem a pulverizar sua raiva sobre os outros, e mantê-los à distância.

Liberar o ofendido, por maior que tenha sido a ofensa, é o caminho da cura, mas este processo não é fácil. No entanto, se você considera difícil perdoar, considere o custo de não perdoar. Um amigo fiel, um terapeuta ou um conselheiro, e a confissão sincera diante de Deus podem nos ajudar no processo de enfrentamento e cura.


Admitir a dor da ferida, permitir-se chorar e dizer que está doendo, liberar o ofensor é o caminho árduo da cura, mas assim como fazemos no doloroso processo cirúrgico de extrair um tumor que pode nos matar, esta é a única forma de lidar e resolver esta dor. A ira sepultada viva é um fantasma, que pode ressurgir a qualquer momento, em forma de doenças, sintomas e transtornos psiquiátricos.  

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