quarta-feira, 7 de maio de 2014

Amizade e Felicidade


Poucas coisas são tão eficientes para gerar alegria em nossa vida que a amizade genuína. Certos amigos têm o poder de restaurar nosso coração mesmo nos dias mais sombrios, e trazem muita alegria nos dias comuns. Vinícius de Moraes chegou a afirmar: “Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos... Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências... A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar!”
Para envelhecer com arte e alegria, precisamos de cinco ingredientes que se complementam, e nenhum deles é dispensável: comunidade, família, amizade, finanças e espiritualidade. Sem amigos sinceros nossa velhice se torna pobre, porque são poucos amigos que ficam na medida em que envelhecemos. “A amizade duplica as alegrias e divide as tristezas” (Francis Bacon).
Amigos alegram a vida e trazem enorme senso de prazer. O cientista Bob Holmes, com sua equipe de pesquisadores, vem investigando o que leva as pessoas a serem felizes ou infelizes ao redor do mundo. Ele descobriu, por exemplo, que pessoas da classe C e D costumam ter mais de 70% de amigos que pessoas da classe A e B, e este seria o ingrediente básico que leva as pessoas de classes mais baixas a serem mais plenas.
Em Calcutá, um membro de sua equipe entrevistou 83 pessoas de 3 grupos: moradores de rua, favela e prostitutas, medindo sua satisfação de vida. Usando uma escala em que a pontuação 2 é considerada neutra. No total, a média foi de 1.93 – não é certamente uma posição ótima, mas considerando o estilo de vida que levam, revelou-se surpreendente. Num grupo de controle de estudantes da classe média da cidade, a pontuação foi apenas um pouco mais alta: 2.43. sua conclusão foi a seguinte:
“Acreditamos que as relações sociais são, em parte, responsáveis por esse quadro. Os moradores da favela alcançaram media 2,23, como índice de satisfação altos em áreas específicas como família (2.5) e amigos (2.4)”.
Amigos amenizam o impacto de perdas, impedem o efeito solidão, enriquecem momentos de alegria e chegam quando todos os demais saem. Por estas e outras razões, é um antídoto contra o tédio, a depressão e a falta de significado.

Quem encontra um amigo encontra uma grande benção. Felicidade e amizade não fazem apenas rima, mas realmente se complementam. Pessoas solitárias são mais infelizes porque a vida não compartilhada é saqueada e empobrecida. Afinal, “A amizade desenvolve a felicidade e reduz o sofrimento, duplicando a nossa alegria e dividindo a nossa dor” (Joseph Addison).

Nenhum comentário:

Postar um comentário