quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Retrospectiva


Soren Kierkegaard, filósofo existencialista dinamarquês fez a seguinte afirmação: “Uma vida não avaliada não é uma vida digna de ser vivida”. Todos nós, num determinado momento da vida, precisamos avaliar o que estamos fazendo, seja do ponto de vista profissional, pessoal, espiritual. É o momento de olhar pelo espelho do retrovisor, e ver se as marcas que estamos deixando para trás estão ou não valendo a pena. Se isto não acontecer, não temos como rever  planos, considerar as áreas mais fracas e fortalecer as que precisam de maior reflexão. Em tempos de transições, em horas de crises, passagens de ano, é muito importante fazer uma retrospectiva.
Um dos maiores líderes do cristianismo e que solidificou boa parte do pensamento da Bíblia foi o apóstolo Paulo. Apesar de todo seu conteúdo teológico profundo, ele demonstra sua humanidade nas cartas que escreve, ora se sentindo solitário, ora eufórico. Numa carta pessoal escrita a Timóteo, ele fez uma profunda avaliação de sua vida, e daí chegou a quatro constatações.

Eis as quatro constatações que fez:

Primeiro, ele percebe que nem sempre os amigos estão por perto, principalmente quando passamos por tribulações. Amigos mudam de região e de foco, traem, dispersam. Pessoas passam por nossas vidas, entram e saem dela. Alguns por motivos corretos, outros por motivos questionáveis, mas o fato é que nem sempre os amigos estão ao nosso alcance.

A segunda foi que precisamos cuidar da saúde. Ele aconselha Timóteo a cuidar das frequentes enfermidades que tinha, não se esquecendo de receitas simples. Muitas vezes andamos no automático, mas chega um momento em que o corpo exige atenção especial e cuidado. Como uma máquina, seu corpo precisa de manutenção e calibragem. Não force a máquina porque sem lubrificação ela funde o motor.

Em terceiro lugar, ele percebe que a mente precisa ser exercitada, ocupada com bons pensamentos. Quando a mente fica vazia, passa a imaginar coisas, ser consumida por ansiedades e preocupações tolas. Muito desânimo é um movimento de retroalimentação de pensamentos e ideias errôneas que devem e podem ser corrigidas.

Em quarto e último lugar, ele conclui que não deveria consumir sua vida com pessoas que lhe provocaram males. Em geral, pessoas malignas são capazes de intoxicar nossa mente e consumir muito do nosso vigor e alegria. Se pararmos cada vez que encontramos oposição e ficarmos remoendo o mal que nos fizeram, não vamos avançar. Vingança é um prato que se come cru. Portanto, não fique se lamentando com o esquecimento, incompreensão, traição, abandono e maldade dos outros.

Considere estes quatro aspectos na retrospectiva que você deve estar fazendo na virada de ano. Muito aborrecimento pode ser evitado colocando em prática estes quatro princípios.


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