quinta-feira, 16 de junho de 2011

Desafios da Igreja no Século XXI –

O Salmo 78 nos propõe o grande desafio de levar nossa fé adiante, fazendo-a chegar de forma relevante aos filhos, aos filhos dos filhos e aos filhos que ainda hão de nascer. A pergunta, pois, que precisamos levantar é quão viva nossa fé tem sido transmitida? Assim como numa corrida de 4 x 100 (revezamento), é necessário passar o bastão da forma correta, temos também na igreja, de transmitir esta mensagem aos nossos filhos. Eis algumas linguagens que nos desafiam hoje para uma igreja relevante:

1. Nossa fé deve ser comunicada de forma coerente – Nossos filhos precisam ver tanto na liderança de suas igrejas como na família, uma fé que seja atraente. Esta geração não aceita imposições formais em nome da moral, mas é pronta a ouvir aquilo que é feito de forma coerente e plausível. Mais e mais exigirá uma comunidade que responda às questões, não de forma autoritária, mas de forma coerente. Coerência é esta identificação entre o discurso e a prática; entre o que se fala e o que se vive; entre a palavra e a ação, entre fé e obras.

2. Nossa fé deve ser contextualizada. Isto é, precisa estar conectada com o momento particular que vive. Nossos jovens são desafiados com temas e questões que nunca foram preocupações em nossa geração. Nós estávamos preocupados com comunismo, bomba atômica, guerra fria, conflito entre Estados Unidos e União Soviética. A União Soviética nem existe mais! As discussões da ABU, em nosso tempo, era sobre criacionismo e evolucionismo. As gerações atuais estão discutindo tolerância, homofobia, validade do casamento enquanto instituição. Nós nos preocupávamos com lutas doutrinárias entre denominações, temas estes que não afetam mais esta geração. Surgiram novos conflitos como bioética, igreja emergente, redes virtuais (não tínhamos ainda internet). Novos paradigmas foram introduzidos, outros questionamentos pairam no coração de nossos filhos. Existem novas abordagens eclesiais e há necessidade de se considerar necessidade de mudança de ênfase e a criatividade no ministério. Se a igreja deseja ser relevante em nossos dias, precisa interpretar o Evangelho à luz dos eventos cotidianos;

3. A igreja do Século XXI precisa investir em nova liderança – isto é, precisa reciclar os líderes existentes, desafiar pessoas novas a assumir seu lugar no Reino. Como encontrar gente que ama a Deus e sua Palavra em nossos dias e consegue traduzir “A Velha história do Evangelho”, de forma significativa? Nossos filhos, jovens universitários e profissionais, homens e mulheres precisam interpretar o Evangelho à luz dos desafios que eles mesmos estão vivendo.

4. A igreja do Século XXI, precisa ser acolhedora – Numa época de despersonalização e coisificação do ser humano, a receptividade da igreja, o acolhimento aos que chegam e a vida comunitária tornam-se extremamente relevantes. O que vai determinar a dinâmica da igreja, mais e mais, é o envolvimento comunitário e a capacidade de acolhimento. A recepção aos novos, a criação de grupos saudáveis de estudo da Palavra e comunhão torna-se um imperativo! Como ser acolhedora e amável, sem abandonar as verdades do Evangelho e a Santidade do Deus que adoramos?

5. A igreja do Século XXI, precisa ser generosa – Não pode ser uma comunidade voltada para apenas para seus próprios interesses, mas precisa refletir sobre a sociedade carente, dar resposta de amor/serviço, criar parcerias para abençoar os pobres e os que sofrem em nossa nação. Os membros da igreja precisam aprender a contribuir com alegria para a obra do Senhor, a fim de que a missão possa ser plenamente atingida.

6. A Igreja do Século XXI, não pode negociar os fundamentos do Evangelho – Pode-se e deve-se discutir a metodologia. Métodos são caminhos, rotas que devem ser trilhadas, mas continuam sendo apenas meios para se alcançar o fim. A Igreja tem sido objeto de barganha no meio da diluição da pregação da palavra nos púlpitos brasileiros e nos canais de televisão, mas apenas a obra de Cristo pode responder aos anseios do homem moderno. Muda-se a roupagem, mas a essência é a mesma. Não podemos confundir eterno com temporal, nem acidente com essência. “Se alguém vem até vós e vos anuncia outro evangelho que vai além do Evangelho que vos tenho pregado, seja anátema!” (Gl 1.8)

Que Deus nos dê sua graça para que a Igreja de Cristo, que transpõe barreiras culturais e lingüísticas, atravesse com saúde as questões filosóficas e humanas que nos são atualmente impostas.

Um comentário:

  1. Pastor, vi recentemente que as igrejas presbiterianas dos EUA e da Escócia permitiram pastores homossexuais pregando em suas igrejas. Será que o liberalismo dessa geração vai assolar tambem as igrejas reformadas?? Sem falar na Igreja Preb. de Guanabara que convidou justo Rubem Alves, que foi um homem de Deus, mas que hoje blasfema aos quatro cantos, para fazer uma pregação sobre a Reforma? Oro pra que esse liberalismo eagerado não chegue em nossa amada igreja e que ela continue firme no que as Escrituras dizem e não molda-la por sua conveniência, nessa sociedade moderna demais...

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