terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Quem aprende não perde tempo!

Estou lendo o livro de Ingrid Betancourt, “Não há silêncio que não termine”. Senadora na Colômbia, quando foi seqüestrada pelos guerrilheiros das Farcs no auge da campanha política para presidência daquele país, ficando 9 anos na selva amazônica, debaixo de constantes ameaças, tendo que mudar constantemente de local no meio da selva, em prisões miseráveis e com tudo absolutamente regrado e controlado.
O livro faz rever valores e nos ajuda a entender como nossa perspectiva pode mudar, quando as circunstâncias mudam. Na selva, coisas desprezadas, como uma lata de atum, um pouco de açúcar ou mesmo um ovo, podiam ser considerados artigos de luxo. Mostra também o que pode acontecer conosco debaixo de pressão e ameaças, e os efeitos que isto pode causar na psiquê humana; mostra ainda como um grupo de gente politizada, elitizada e civilizada pode se tornar embrutecido em situações de extrema escassez.
Um dia, Betancourt ganhou um dicionário enciclopédico, no meio do mato e da civilização, e isto lhe foi um verdadeiro achado, já que podia manter sua mente arejada com novas informações e trazer conhecimentos. Quando ela recebe o livro faz uma afirmação significativa: “Quem aprende não perde tempo!”. Lembrou-se de uma frase antiga de seu pai: “Nosso capital de vida se conta em segundos. Quando esses segundos se escoam, não se recuperam mais”.
Considerei quanto perdemos do precioso tempo que temos. Deixamos de investir naquilo que é durável, significativo e produtivo para nossas mentes e nossos relacionamentos. Paramos de pesquisar e nos aperfeiçoar. Ficamos lamentando o curso da faculdade que deveríamos ter cursado, a pós graduação que precisávamos concluir, como se não tivéssemos mais condições de fazê-lo. Ainda deixamos de investir em pessoas que amamos e gastamos tempo de forma fútil e sem objetivo.
A Bíblia nos ensina a remirmos nosso tempo. É um apelo para que usemos nossa vida de forma sábia, este valioso bem que é o tempo.
Para Betancourt, ser privada de sua liberdade era como ser roubada do direito de dispor do seu tempo, e isto lhe parecia um crime irreparável. Por isto, aquela enciclopédia se tornou um bem tão precioso, já que lhe permitia que continuasse estudando e aprendendo, assim não dilapidaria os melhores anos de sua existência, mesmo diante daquelas condições hostis que lhe privava do direito de fazer o que bem quisesse de seu valioso tesouro: O tempo!

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