quinta-feira, 15 de julho de 2010

A Plenipotencialidade do Mal

O Filme “O Patriota”, estrelado por Mel Gibson, narra a história de um pacato fazendeiro que se recusou a tomar parte da guerra contra os ingleses no movimento de Independência americano. Sua atitude, porém, ocultava um homem extremamente violento que revela toda sua potencialidade para a violência assim que seu filho adolescente foi assassinado na frente de sua casa. Esta experiência acionou o botão de sua agressividade e toda sua fúria animal eclodiu em cenas tão dantescas que até seus filhos pequenos que o viram em ação, tiveram dificuldades de abraçá-lo aquela noite.
Descontadas as enormes diferenças entre um caso e outro, convém considerar o que detonou o pavio do “monstro subjacente”, na alma do simpático goleiro do time de maior torcida no Brasil, capitão do clube, e que era pretendido por grandes equipes européias, mas que infelizmente se envolveu num macabro e cruel assassinato de uma ex-amante.
Reações assim nos assustam porque revelam todo potencial de mal e ódio que o ser humano abriga em si. Um garoto pobre das periferias de Belo Horizonte, torna-se ídolo de um grande time brasileiro, com contrato mensal superior a R$ 200 mil reais (contrato este já rompido), e que, quando pressionado por uma mulher, não hesita em ser o mandante da execução da mesma de uma forma tão sinistra.
Teólogos, filósofos e pensadores discutem desde sempre, a dimensão maligna da alma humana. Seja o mal percebido como um princípio, uma força ou um dinamismo, o fato é que este instinto caminha de forma subjacente em nossa alma e pode ser acionado quando um mecanismo específico é acionado. Cada um possui seu ponto frágil.
Crianças sensíveis podem se brutalizar e desenvolver visões patológicas da vida e do mundo pela violência recebida. A agressividade acumulada pode transformar pessoas dóceis em seres cruéis. Os abusos sofridos na vida podem eclodir em relacionamentos conjugais. Mimosas mulheres podem apresentar graves atitudes narcisistas nos relacionamentos conjugais. Rapazes elegantes e educados podem trazer de forma sutil atitudes malignas por onde transita a trama do mal.
Mirolasv Wolf afirma: “Para que o mal se perpetue, são necessárias duas ações: (1)- Que o mal seja praticado; (2)- Que aquele que sofreu o mal resolva perpetuá-lo”.
É necessário, pois, interromper o ciclo do mal em algum ponto de nossa história. Foi esta atitude de Jesus que não desejou vingança, mas agiu com perdão com seus algozes. “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”. O princípio bíblico é eficaz no desmascaramento do mal: “Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem”.

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