quarta-feira, 29 de novembro de 2006

“Não adulterarás”.- Sétimo Mandamento

Entre os 10 mandamentos, talvez nenhum seja tão questionado quanto este. Contudo, é bom lembrar que a quebra de qualquer mandamento tem a ver com a quebra do primeiro mandamento que diz: “não terás outros deuses diante de mim”. O problema não é o que praticamos mas algo muito mais profundo que vai em nosso coração. Quando amamos outras coisas além de Deus, começamos também a valorizar e a negar as ordenanças de Deus.
Dr. Ruth Westheimer, terapeuta, disse na NBC Today Show "As gerações passadas não conversavam sobre sexo; a nossa não conversa sobre moralidade" (7/5/88). Nossa geração tem medo de tocar em áreas controvertidas. No entanto, adultério é expressamente proibido: “Não adulterarás” (Ex 20.14 e Dt 5.18). O relacionamento que Deus estabeleceu para o homem e a mulher é heterossexual, monogâmico e perpétuo, e considera importante a fidelidade. Mas, o que é mesmo adultério?
A tendência nossa é dar uma definição meramente lingüística: “Infidelidade conjugal; prevaricação”, mas tal conceito é muito pobre para aquilo que as Escrituras nos ensinam. A Bíblia enfatiza a espiritualidade da lei. A lei de Deus é espiritual no sentido de que atinge os desejos mais profundos do coração.
Por esta razão Jesus enfatiza que adultério não é um problema só da ação do pecado mas também dos desejos e inclinações do coração. O pecado atinge os afetos, penetra na essência de nosso ser. Jesus redefiniu a lei de Moisés: "Você ouviram o que foi dito, ‘Não adulterarás, mas eu vos digo: qualquer que olhar uma mulher com desejo, já cometeu adultério" (Mateus 5:27-28). Jesus condenou não somente o ato do adultério, mas aponta para o fato de que adultério possui raízes bem mais profundas. Jesus nos convida a olharmos nosso coração, a irmos ao encontro de nossas fontes internas. O pecado se encontra no coração.
Temos a tendência de vermos os mandamentos de Deus como algo restritivo, no entanto, o objetivo de Deus não era atar um fardo pesado sobre nossos ombros. Seu desejo era gerar vida em nós. O lar é o primeiro universo da felicidade do homem. O adultério sempre envolve mentira, traição, engano. Quem já passou por experiências em familia, sabe quão dolorido é o processo do adultério. As novelas e filmes tendem a minimizar o efeito devastador que o adultério traz dentro de casa, mas centenas de famílias são destroçadas por causa da infidelidade conjugal.
A fidelidade do casal ensina respeito, fidelidade, valor. Deus retira aqui a tendência comum nos casamentos de usar, dispor e tratar o outro como mero objeto.
O lar que se rege por este comportamento, ensina respeito, dignidade, igualdade, compreensão, confiança mútua. Esta beleza é retirada quando casais se orientam pela mentira, traição e falsidade. Adultério quebra a unidade essencial de um casamento, pois fere princípios relacionados ao afeto. Na verdade, o aspecto sexual aqui está em segundo plano, o que se tem em vista é a ética matrimonial e o coração. O adultério faz do outro um objeto e trai a confiança e a relação de dignidade que devem existir dentro do casamento.

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