quinta-feira, 10 de junho de 2021

A Pedagogia das dificuldades

 


 

Todos enfrentamos dificuldades, que podem ser ocasionaisperiódicas e constantes. As periódicas podem estar relacionadas a certas mudanças fisiológicas, algumas mulheres passam por depressão violenta na gravidez, no pós puerpério e na menopausa, e determinados homens são propensos a terríveis ansiedades quando enfrentam o desemprego.

 

É mais fácil enfrentar as dificuldades, quando sabemos a causa delas. Um antigo ditado da medicina afirmava que “o diagnóstico é 50% da cura”. Quando sabemos a causa das nossas lutas, fica mais fácil tratar. Uma depressão pode ter tratamento mais eficaz se soubermos que ela está relacionada a algum distúrbio de hormônio, ou ausência de algum elemento químico que possa trazer a homeostase para o corpo.

 

Muitas vezes as dificuldades são causadas por causa de nossas escolhas pessoais e morais. Quando decidimos, seja para a direita ou a esquerda, devemos entender que as estradas nos levarão a diferentes jornadas. Quando erramos nas escolhas, precisamos saber que existe uma lei natural e implacável: “Aquilo que o homem semear, isto também ceifará” (Gl 6.7). Aqui temos o princípio da identificação. Não podemos plantar laranjas esperando colher alface. A lei da semeadura também nos fala da proporcionalidade: se semearmos num hectare de terra, teremos uma colheita proporcional, mas se o fizermos em 100 hectares, podemos esperar colheita maior.

 

Precisamos aprender que as dificuldades podem ser pedagógicas e didáticas. Não podemos passar por uma luta e sair da mesma forma. Alguns saem embrutecidos, amargurados e revoltados; outros, porém, aprendem e se tornam mais humanos, humildes e produtivos. A maneira como enfrentamos as dificuldades é muito importante. Determinadas respostas que damos podem trazer ainda mais dores e aflições.

 

A paciência, o conselho sábio, a confiança em Deus, a capacidade de resiliência, podem ser respostas positivas a tempos aflitivos. Não há dor que dure para sempre, nem sofrimento que não tenha fim. Não há silêncio que não termine. A Bíblia afirma que “o choro pode durar a noite inteira, mas alegria vem pelo amanhecer”, e Jesus encorajou seus discípulos ao falar realisticamente: “No mundo passais por aflição, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”.

 

Não podemos ser românticos quanto às dificuldades, nem devemos negar a sua realidade. Não generalize, não se revolte, não acredite em varinha de condão, nem deixe que seu coração seja invadido pela ansiedade ou amargura. Aprenda durante este período, ou como afirmou corretamente C. S. Lewis: “Não desperdice as suas lágrimas”. As dificuldades podem se transformar em grandes mestres, trazendo lições preciosas que poderemos usar a vida inteira.

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