domingo, 17 de janeiro de 2021

Síndrome do “coitadismo”

 



Síndrome do “coitadismo”

 

De acordo com o IBGE, No Brasil, quase 11 milhões de jovens de 15 a 29 anos não estão ocupados no mercado de trabalho e nem estudando ou se qualificando. Este grupo representa 23% da população do país nessa faixa etária, e tem sido chamado de “nem-nem”. Nem estudam nem trabalham. Estão fora da educação, do emprego e da qualificação profissional. Em inglês são chamados de NEET: "Not in education, employment, or training" (fora da educação, emprego e formação profissional
). Este número cresceu 2,5 pontos percentuais em relação a 2014 (20%) e 2,8 frente a 2005 (19,7%).

 

Certamente nem todos que se encontram nesta condição podem ser acusados de irresponsabilidade. Existem variáveis sociológicas e de saúde, no caso recente a pandemia, que não podem ser ignorados, mas uma boa parte, infelizmente desenvolve síndromes persecutórias, e no processo de vitimização, se veem realmente como “coitadinhos”, digno de pena e aceitação. São pessoas com medo de encarar os desafios porque temem o fracasso. Alguns são filhos de casais muito bem sucedidos profissionalmente, e isto ao invés de encorajar e estimular, parece gerar inibição e timidez.

 

Uma das características do coitadismo é se colocar como vítima, tentar descobrir um bode expiatório, achar que a culpa é da sociedade, da família ou de outras pessoas que não lhe deram oportunidades. Eventualmente as pessoas se distanciam daqueles que se vitimizam, porque tais pessoas drenam as emoções e roubam a energia, esperam solidariedade e compreensão e anseiam por pena e condolência

 

A atitude de vitimismo foca nos problemas e na dor, gerando um circulo vicioso de descontentamento, murmuração e reclamação. É uma doença causada pela pessoa vitimizada e que só afeta a ela mesma. Augusto Cury disse corretamente: “Quando somos abandonados pelo mundo, a solidão é superável; quando somos abandonados por nós mesmos, a solidão é quase incurável.” Quem se vê como coitado precisa entender que todos passam por problemas, e que o mundo é implacável com aqueles que desistiram de si mesmos. A questão central não é o que a vida, circunstâncias e pessoas fizeram contigo, mas o que você fará com aquilo que lhe fizeram. 

 

Por isto, Acabe com o vitimismo antes que ele acabe com você. Não fique esperando que as pessoas lhe deem o devido valor para sua pro-atividade. O coitadismo não é provocado por nada nem ninguém além de nós mesmos. O escritor alemão Johan Goethe (1749-1832), já afirmou: “Quem tem bastante no seu interior, pouco precisa de fora.” 

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