quinta-feira, 4 de julho de 2019

Não te impacientes...


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Peter Marshal, capelão do Senado americano foi um brilhante orador. Um dos seus sermoes mais marcantes foi: “Pecado no tempo presente!”.

Ele narra a história de um pai e seu filho interagindo. Eles costumavam levar suas colheitas para venderem na cidade num determinado dia da semana. O filho era extremamente agitado, ao passo que o pai era calmo e paciente.
Muitos anos atrás, no Japão, havia um rapaz que cultivava um pequeno canto de terra.

Diversas vezes por ano, carregavam o carro de boi com verdura e iam à cidade mais próxima. A não ser o nome e o pequenino canto de terra, pai e filho tinham muito pouca coisa em comum. O velho cria em não trabalhar demais...e o filho era ativo.

Certa madrugada carregaram o carro, atrelaram o boi, e saíram a caminho. O jovem calculou que, se acordassem cedo, logo poderiam estar na cidade para vender seus produtos. Andava ao lado do boi, picando-o com o aguilhão para andar.

-“Calma”, dizia o velho. “Você viverá mais”

-“Se chegarmos ao mercado antes dos outros”, disse seu filho, “teremos a oportunidade de conseguir melhores preços”.

O velho puxou o chapéu sobre os olhos e pôs-se a dormir no banco. Seis quilômetros depois, chegaram a uma pequenina casa.

-“Cá está a casa de seu tio”, disse o pai. “Vamos parar e dizer bom dia?”.

-“Já perdemos uma hora”, retrucou o rapaz.

- “Então mais alguns minutinhos não farão diferença”, replicou o pai. Meu irmão e eu vivemos tão perto e quase nunca nos vemos”.

O moço se movia impaciente enquanto os dois senhores conversavam e davam boas risadas, tomando o seu chá. A caminho outra vez, o pai, por sua vez se incumbiu do boi. Um pouco mais adiante, chegaram a uma encruzilhada. O velho tocou o boi à direita.

-“O caminho à esquerda é mais curto”, disse o rapaz.

-“Eu sei”, disse o velho, mas este é mais bonito.

-“Você não faz caso tempo, faz?”, perguntou, impaciente, o jovem.

-“Faço muito caso” disse o velho. “É por isso que eu gosto de usá-lo para ver coisas bonitas”.

O caminho a direita passava por florestas e flores do mato. O jovem estava tão ansioso que não reparou quão belo era a natureza.

-“Esta é a última viagem que faço com o Senhor”, disse zangado o filho. O senhor se incomoda muito mais com flores de que com ganhar dinheiro”.
-“Isso é a coisa mais amável que você me diz há muito tempo” sorriu o velho.
Dois quilometros adiante, encontraram um fazendeiro tentar tirar seu carro de um buraco.

-“Vamos ajudá-lo”, disse o pai.

-“...e perder mais tempo?” explodiu o filho.

-“calma” disse o velho. “você poderá cair num buraco também algum dia”.

Quando conseguiram tirar o carro, tinham perdido um tempo precioso, na visão daquele rapaz, eram quase 8 horas da manhã, iam chegar tarde à feira, apesar de terem acordado tão cedo. Iam perder bons negócios...

Repentinamente um som estranho e um risco estranho rasgou o céu. Ouviu-se um trovão, assustador.

Além das montanhas, os céus ficaram negros.

-“Parece que vai chover muito na cidade”, disse o velho.

-“Se não tivéssemos perdido tempo, teríamos vendido tudo já!  resmungou o filho.

-“Calma, disse o velho, você viverá mais”.

Quando alcançaram, ainda bem distante, o topo do morro, ficaram perplexos com um o que viram. Por detrás daquele trovão, daquele barulho, e das nuvens escuras nos céus, viram uma cidade completamente destruída.

Ficaram olhando por longo tempo, nenhum deles falou.

Finalmente o moço que estivera em com tanta pressa disse. “compreendo o que o Senhor quis dizer, papai”.

Viraram o carro e afastaram da cidade que tinha sido Hiroshima

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