quarta-feira, 18 de junho de 2014

Temos que cuidar dos pobres!









A pobreza custa caro para uma nação, por isto, cuidar dos pobres e diminuir os bolsões de pobreza e geografias da miséria é um grande desafio, não apenas por uma questão humanitária, teológica e cristã, mas também por uma questão social, política e econômica.

A pobreza fere a dignidade, oprime as pessoas, desonra, deprime, maltrata, despotencializa o ser humano. Estudos demonstram ainda que o custo da pobreza é alto para a nação, traz peso aos erários públicos porque a pobreza gera dependência de estruturas sociais e idosos e crianças pobres, desprovidos de mínimas condições para sustentar saúde e educação, e até mesmo para serem enterrados com dignidade, carecem do Estado.

Um povo pobre é caro: Depende muito, produz pouco; adoece mais facilmente porque a profilaxia e a alimentação são escassas; não tem acesso à educação e tecnologia e sofre um atraso no aprendizado, não gera impostos, enfraquece a alta estima, causa dor e impotência, destitui a dignidade.

Na utopia judaico-cristã, berço da cultura ocidental (e uso intencionalmente o termo utopia não como idéia de fantasia, mas como um não (u)+ lugar (topos), realidade ainda não conhecida, mas possível), havia sempre a concepção de numa sociedade de justiça  seria possível uma comunidade sem pobreza. “Para que entre ti não haja haverá pobre; pois o Senhor, teu Deus, te abençoará abundantemente na terra que te dá por herança para a possuíres, se apenas ouvires, atentamente, a voz do Senhor teu Deus”.

As palavras de Jesus, “Porque os pobres sempre os tendes convosco”(Mc 14.7), foram citadas de um livro da Lei, e leitores desatentos eventualmente distorcem a idéia original. Muitos acham que por causa da afirmação de Cristo não devemos preocupar com a pobreza e miséria do mundo, mas se observarmos o princípio desta declaração, veremos que a idéia era de que numa sociedade organizada de acordo com os mandamentos, a pobreza tenderia a desaparecer. A frase de Jesus conclui com os seguintes dizeres: “e, quando quiseres, podeis fazer-lhes bem” (Mc 14.7).

Pobreza e injustiça são, em última instância, fruto de uma sociedade que perdeu a capacidade de cuidar dos seus pobres. Cuidar dos pobres não significa apenas dar comida ao que tem necessidade, casa ao sem teto, hospital para o doente, roupa para o nu; mas acima de tudo, “empoderar” aquele que perdeu a capacidade de sonhar e acreditar que é possível crer em melhores condições de vida. É de Luiz Gonzaga a frase: “Uma esmola, para o homem que é são, ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão”.


Temos que cuidar do pobre, não por oportunismo político, ou por ser “politicamente correto”, mas porque pobreza retira do homem sua capacidade de ser pleno, de sonhar e realizar aquilo que Deus planejou para sua história e vida. 

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