sábado, 10 de agosto de 2013

Construindo memórias



No segundo domingo de Agosto comemora-se o Dia dos Pais. Acredito que uma das tarefas mais saudáveis que podemos produzir é a geração de boas lembranças nos filhos, que serão relatadas aos netos. Temos o desafio de não apenas sermos lembrados como mantenedores e provedores do lar, ou como disciplinadores dos filhos, mas como gente que construiu memórias agradáveis. Esta é a desafiadora tarefa de levar nossos filhos a terem saudades de eventos engraçados e significativos na vivência familiar.
Certo pai resolveu fazer isto de forma criativa: Planejou uma viagem com seus filhos, fez todas as reservas de hotéis, organizou o trajeto que seguiriam de carro, as estradas que deveriam pegar, onde deveriam almoçar, mas disse aos seus filhos que infelizmente não poderia ir por causa do trabalho. Então, assim que sua esposa saiu com eles num carro cheio de bagagens, ele saiu com um amigo em outro carro e adiantou-se ficando esperando no primeiro restaurante onde deveriam almoçar. Quando sua família chegou ao local, ele já estava assentado à mesa, e assim que seus filhos chegaram, o menor, de 7 anos disse: “Aquele homem parece o PAPAI!!!”
Quando um amigo lhe perguntou por fizera isto ele respondeu que gostaria de ser lembrado não apenas pelas broncas que dava e pelas contas que pagava, mas também pelas surpresas que promovia.
Parte das boas lembranças que tive como garoto tem a ver com imagens do passado ao lado da família. Numa delas, uma viagem numa Brasília semi nova que meu pai havia adquirido, saímos de Gurupi-TO, num percurso de quase 2 mil km, até o leste de Minas, com 5 filhos dentro de um carro para visitar meus avós. Dentro do carro, comíamos farofa e ouvíamos musicas gravadas em um tape, cantando numa língua que não compreendíamos, as estrofes de Elvis Presley. Ao invés de dizermos “It´s now or never”, dizíamos, “It´s maionese”, e tudo estava certo!
Lembro-me ainda dos rústicos acampamentos que fazíamos à beira do Rio Formoso, onde passávamos dias com muita simplicidade e alegria.
Memórias, porém, podem ser amargas e doloridas. Muitos hoje gastam fortunas em terapias, para se livrar dos fantasmas do passado, construídos por feridas abertas, descaso e indiferença, abandono psicológico e ausência emocional, palavras descaridosas e abusos. Por esta razão, precisamos ser agentes de memórias que gerem saúde e graça.

Quero encorajar os pais a serem produtores de memórias agradáveis, que tragam saúde emocional e mental. Memórias tem o poder de adoecer, mas são capazes também de gerar cura, construir a auto-estima, e valorizar a existência. Memórias positivas se constroem no ambiente familiar, onde os pais são promotores de inesquecíveis e terapêuticas lembranças.

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