quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Aviva a Tua Obra, Senhor!

Esta é uma oração feita por um dos profetas da bíblia. Seu clamor faz todo sentido, afinal, estava vivendo dias de angustiantes expectativas. Ele ouve os rumores de que a Assíria está se dirigindo para invadir Jerusalém, e como homem de Deus busca o Senhor para que seu povo seja liberto do mal que vem sobre eles, e para seu espanto ouve o Senhor dos Exércitos declarar: “Eis que suscito os caldeus, nação amarga e impetuosa, que marcham pela largura da terra, para apoderar-se de moradas que não são suas. Eles são pavorosos e terríveis, e criam eles mesmos o seu direito e a sua dignidade” (Hab 1.6-7). Esta é uma resposta surpreendente de oração, que certamente nenhum de nós gostaria de ouvir. Pedimos para Deus nos livrar do mal, e Ele afirma que o mal foi suscitado por Ele mesmo, para cumprir seus propósitos eternos e sábios.
Habacuque termina o seu livro afirmando que “O justo viverá pela sua fé” (Hab 2.4), e que por esta razão, “Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no Senhor, e exulto no Deus da minha salvação” (Hab 3.17-18).
Ele antecipa o massacre que vem sobre sua nação, reconhece que isto aconteceu por causa da insistente rebeldia do povo eleito de Deus, e por terem abandonado o Senhor seguindo aos deuses falsos. Ele vê a decadência histórica sobre a vida do povo de Israel, e sabe que a única coisa que pode tirar o povo daquele estado de letargia e prostituição espiritual seria o sopro de Deus.
Esta oração é mais que oportuna em nossos dias. Vemos com temor o inimigo fazendo estragos no arraial do povo de Deus, contemplamos com espanto a falência e superficialidade da devoção, o abandono de Deus, e resta um clamor que precisa ser realizado com toda veemência de nossa história: Aviva a tua obra, Senhor!
Na minha história pessoal. Na superficialidade de minha devoção e adoração. Na oração frágil que faço, no compromisso pusilânime com o Reino de Deus.
Na nossa família, como tantos desencontros e dores, com conflitos declarados e dores e amarguras velados. Precisamos de um novo fogo na nossa paixão familiar, e no nosso compromisso com as coisas eternas.
Na nossa Igreja, marcada por um testemunho tão supérfluo nas coisas eternas. Na facilidade com que nos atraímos àquilo que é contrário ao propósito de Deus.
Na nossa Nação, tão infiel na sua religiosidade e na sua ética. Que negocia e aceita propinas como se bebe um gole de café. Num povo fascinado por uma espiritualidade atrelada a demônios, e com uma ética que barganha coisas sagradas.
Precisamos orar no meio do caos: Aviva, Senhor, a tua obra!
Rev Samuel Vieira

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