sábado, 28 de agosto de 2021

A Infantilização da cultura Ocidental

 


 

Estudiosos tem alertado para um fenômeno estranho e sutil muito presente nas gerações contemporâneas: Sua infantilização.

 

Recentemente Simon Gottschalk, Professor of Sociology, na Universidade de  Nevada, Las Vegas, comentou este fato. Para ele os sintomas de tendências infantis começaram bem antes do smartphone e da mídia social, mas está em processo de aceleração e tem se tornado cada vez mais presente nas interações atuais.

 

O dicionário define infantilização como uma tendência de agir como criança e rejeitar os caminhos e experiências que ajudam no processo de maturidade. A recusa à maturidade acontece quando alguém se fixa em um determinada fase da vida por causa de um trauma ou forte estresse. O problema é que algumas culturas ocidentais atualmente estão dificultando a maturidade numa larga escala da população.

 

O anseio em proteger os filhos de frustrações e sofrimentos, os pais superprotetivos, podem impedir que os filhos desenvolvam sua autonomia, restringindo sua liberdade e limitando o acesso ao mercado de trabalho e da necessária busca da autonomia. Os filhos se tornam cada vez mais exigentes, ansiosos por auto gratificações imediatas, sem pagar qualquer preço. A dificuldade de lidar com frustrações e fracassos, em tais casos, se torna excessivamente presente.

 

Outro aspecto, é a enorme oferta de entretenimento, uma espécie de “disneyficação”, com excessos de indulgências que fortalecem a fantasia juvenil em pessoas adultas. É a síndrome de “Peter Pan”, a recusa em assumir compromissos. Um dos fenômenos mais conhecidos é o surgimento da “geração nem-nem”. Nem estuda, nem trabalha. Trata-se de uma ética infantil, e sedutora em tempos de crises sociais e medo.

 

Uma sociedade madura exige debate, divergência, demanda compromissos e envolve pensamento crítico. É fundamental aprender a dialogar, considerar diferentes pontos de vista, ser capaz de analisar as alternativas em relação ao futuro da humanidade. Exige paciência, empatia e solidariedade para um projeto social maior que ambições pessoais. Tais qualidades são tradicionalmente essenciais para uma vida adulta saudável e para o apropriado desenvolvimento da democracia.

 

O fácil acesso a bens de consumo e o aumento da riqueza ocidental levaram-nos a tratar adultos como “vulneráveis, fracos e frágeis”, que assumem um estilo de vida com permanente ausência de sentido moral.

 

Um conhecido provérbio oriental afirma: “Homens fortes criam tempos fáceis e tempos fáceis geram homens fracos, mas homens fracos criam tempos difíceis e tempos difíceis geram homens fortes.”

 

Precisamos ajudar os filhos a amadurecer. Sair do útero é dolorido. Deixar os filhos saírem de casa para estudar é um processo complicado. Vê-los na faculdade enfrentando ansiedade com professores exigentes e em empresas com chefes durões não é fácil para nenhum pai (especialmente as mães), mas trata-se do processo de amadurecimento e crescimento.

 

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