sábado, 21 de novembro de 2020

Ainda há esperança?



 

No meio de tantos conflitos, ideologias, mentiras, transformações morais, violência e corrupção é fácil nos perdermos e deixarmos de confiar que ainda haja alguma coisa pela qual valha a pena lutar e esperar.


O contrário da esperança é o desespero. Ele normalmente vem atrelado ao niilismo, uma visão de mundo que não consegue vislumbrar nenhuma referência histórica ou filosófica que possa dar sentido. O niilismo surgiu no final do século 19 e afirma que, no jogo das contradições e dores com o qual o mundo lida corriqueiramente, não há solução satisfatória, senão espaço para o desalento e a angústia. O nada devora a alma.


O filósofo alemão Nietzsche foi o grande defensor do niilismo. Para ele, “a forma é fluida, porém, o “sentido” é ainda mais e esta ausência de ideais desemboca no desencanto com a vida em si. Não há nada. Tudo é vazio. Não há algo em que você possa apegar-se e dizer: isto é sólido! O niilismo desintegrou as concepções religiosas e, no seu lugar, nenhum valor absoluto pode ser encontrado. 


Ao perder a referência religiosa que traz esperança, utopia, fé, houve um desenraizamento das convicções, que foram então substituídas, gradualmente, pela secularização (não há Deus, mas se houver ele não se importa conosco). Surgiu então um espiritualismo vago com tendências místicas (há alguma coisa, mas não sei onde, nem o quê) e a busca de um transcendentalismo panteísta (Deus é tudo e tudo é Deus!). Assim, Deus não é alguém, mas apenas radiações das energias cósmicas e de mim mesmo. 


  A concepção cristã é carregada de esperança, de sentido. Apesar das guerras e paradoxos, a esperança continua existindo. Embora o barco muitas vezes se encontre à deriva, a tripulação e os tripulantes não entram em pânico porque sempre há o vislumbre de que Alguém, além das circunstâncias e dos ventos contrários, pode acalmar o mar.


A Esperança não pode ser baseada na crendice e superstição. É preciso investigar as bases em que ela repousa. Sem fundamento sólido, a esperança será falsa e provocará a mais desagradável sensação. Será apenas “fé na fé”. Ora, a crença vazia desemboca no misticismo oco, o que faz com que muitos aguardem o resgaste dos OVNIs e contem com as cegas energias cósmicas. Isso trará ainda mais desilusão. Muitos confiam na palavra dos astrólogos, outros nas previsões e conquistas da ciência. No final, o resultado é mais desesperança e descrença. 


Não dá para se agarrar a qualquer canto de sereia ou proposições mágicas. A fé cristã sustenta-se em alguém que prometeu: “No mundo passais por aflições, tende bom ânimo, eu venci o mundo.” Jesus demonstrou autoridade para sustentar o volume e o peso de nossa esperança através do tempo e do espaço ao ressuscitar dentre os mortos. Ele é a única esperança!



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