quinta-feira, 10 de outubro de 2019

As múltiplas faces da corrupção


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O tema corrupção ocupa diariamente as manchetes dos jornais. Muitos dizem que a corrupção é cultural, e que ela tem a ver com heranças históricas recebidas desde os tempos do colonização e estão ligadas diretamente à cosmovisão e aos poderes públicos desde o Império. Portanto, seria algo pandêmico, sistêmico e endêmico.

A própria independência do Brasil, ao invés de ser feita com sangue e luta, foi uma negociata. O Brasil assumiu a dívida que Portugal tinha com a Inglaterra e D. Pedro I, que era filha da Dinastia  dominante no Brasil, continuou sendo Imperador do Brasil. Você “tira” o império e mantém o imperador. Por esta razão, as nações vizinhas do Brasil não queriam reconhecer a nossa independência.

Corrupção é um tema que possui muitas faces. Algumas ocultas, escondidas nas máscaras culturais, outras bem abertas, mescladas nos discursos moralistas. O termo “cultura da corrupção” pode favorecer a superficialidade e ajuda a justificar o comportamento sistêmico dos poderosos. O discurso moralista é frágil, pois aponta o erro dos outros, sem prestar atenção àquilo que alimenta o mal no próprio coração.

Para muitos a mídia possui uma neutralidade empírica, mas a história revela que ela pode ser tão corrupta quanto qualquer órgão governamental, dependendo de seus interesses. A isenção jornalística assim como as neutras intenções não existem, pois ela pode sofrer influência de interesses políticos e financeiros, por esta razão, a mídia é tão instrumentalizada pelos poderosos. Isto é claramente perceptível em governos ditatoriais, mas se revela também nos estados democráticos. Diretores de jornais orientam as reportagens de acordo com sua linha editorial ou benefícios recebidos. Se você observar os telejornais do Brasil, eles claramente optam por determinadas notícias que servem aos seus propósitos ideológicos. A neutralidade é utópica. Isto também é uma forma de corrupção.

Corrupção é todo desvio de finalidade de um recurso ou direito. Logo há corrupções em todos os setores: Políticos, empresariais, religiosos, midiáticos, em todos eles vemos os recursos sendo aplicados de modo contrário aos princípios de seu uso, causando custos que trazem graves prejuízos sociais. Eduardo Nunes afirma que “as corrupções diretas são mais evidentes e as únicas passiveis de punição, Nas indiretas, mais sutis e impuníveis, o recurso é usado de forma displicente ou para beneficiar poucos”.

Creio que uma das formas mais sutis da corrupção é aquela ligada ao próprio coração. Jesus advertiu sobre isto: “Porque de dentro do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malicias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vem de dentro e contaminam o homem” (Mc 7.21-23).

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