sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Brasilidade e brasileirismos



O nosso país realmente encontra-se na UTI ou o pessimismo do brasileiro é desproporcional à realidade? O que você acha? Será que realmente nosso negativismo corresponde aos fatos?

O perfil do brasileiro normalmente descrito como sendo um povo hospitaleiro, gentil, otimista, divertido e alegre está mudando rapidamente. Uma pesquisa feita pelo Instituto Ipsos em 25 países aponta que estamos entre os quatro povos mais pessimistas do mundo. Isto te surpreende? 94% dos brasileiros acham que o país está no rumo errado, e este índice encontra-se numa linha ascendente, podendo chegar facilmente a 99%. Unanimidade.

Na época do “Brasil Grande”, o brasileiro orgulhava-se da nação, mas com o crescente linchamento pelas redes sociais, a mídia terrorista apresentando sempre o lado sombrio da realidade, o aumento no número do desemprego, a falta da confiança nas instituições e o impacto da corrupção da classe política, o Brasil entrou num quadro de depressão social. Oito anos atrás, 25% dos imóveis negociados na Flórida estavam sendo adquiridos por brasileiros endinheirados, e hoje, quem agita o mercado imobiliário de Lisboa é o Brasil. Ainda gostamos de investir em imóveis, mas não queremos mais investir no Brasil. Dezenas de fábricas do sul do país estão se mudando para o Paraguai (Quem diria?) porque não suportam mais o excesso de burocracia e de leis confusas em nosso país.

A crise ética e politica, contaminou o humor da nação. O desânimo é gerado pela falta de esperança e da falta de expectativa de mudança. Mudam os governantes, mas percebe-se que o cenário não muda. Tivemos por vários anos uma direita burra, incompetente, indiferente à necessidade do pobre, que deixou de investir em educação e saúde e criou o ambiente para uma esquerda populista, igualmente corrupta, cujo discurso utópico e romântico revelou-se de um desatino mental absurdamente esquizofrenizado, que insiste numa inocência e pureza idiota, e o resultado encontra-se aí numa nação desacreditada de si mesma.

Milton Nascimento sintetiza bem a frustração social na letra da música Carta à República:
Ao ver que o sonho anda pra trás, E a mentira voltou
Ou será mesmo que não nos deixara?
A esperança que a gente carrega é um sorvete em pleno sol
O que fizeram da nossa fé?

Eu briguei, apanhei, eu sofri, aprendi,
Eu cantei, eu berrei, eu chorei, eu sorri, Eu saí pra sonhar meu país
E foi tão bom, não estava sozinho. A praça era alegria sadia
O povo era senhor, e só uma voz, numa só canção

E foi por ter posto a mão no futuro, que no presente preciso ser duro
E eu não posso me acomodar - Quero um país melhor

Algumas questões podem nortear a discussão:

1.   Até quando a estúpida classe política vai continuar acreditando que uma nação sobrevive com o estrangulamento produtivo e a corrupção sistêmica?

2.   Qual o papel da mídia neste emaranhado? Sem ser romântica não poderia utilizar seu potencial para falar do Brasil que dá certo? Dos brasileiros que inspiram?

3.   Qual é o papel da igreja, comunidades e instituições em potencializar e educar para um Brasil melhor, sem ser instrumentalizada pela direita ou esquerda cuja obsessão é meramente controle e poder?

4.   O que nós, individualmente podemos fazer para mudar o cenário, sendo agentes de transformação social?

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