quinta-feira, 18 de maio de 2017

A obsessão pelo sucesso

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Poucas coisas são tão atraentes quanto o sucesso: atingir metas, superar-se, conquistar, ser reconhecido. O homem moderno – e talvez em todas as épocas – sempre tem sido movido pela ambição, que na sua essência, não é necessariamente ruim, mas que pode, facilmente, se transformar em cobiça, ganância e até mesmo obsessão.

Curiosamente, o insucesso pode trazer novas perspectivas e nos livrar de um desastre moral ou espiritual. Henry Ford afirmou que “o insucesso é apenas uma oportunidade para recomeçar com mais inteligência”. A obsessão pelo sucesso pode transformar-nos em seres sem consciência e sem alma, e podemos nos perder no afã de termos reconhecimento ou popularidade.

Um dos alpinistas mais conhecidos do mundo é Ed Viesturs, que escalou todos os 14 picos do Monte Everest. O que o distingue dos demais é o fato de ter alcançado os cumes sem a ajuda de um tanque de oxigênio. Imprudência nunca foi sua característica. Em 1987, quando estava a 100 metros de um cume, ele voltou. Estava sem corda para escalada e ficando escuro. Sua frase tornou-se imortal: “Chegar ao topo é opcional, mas descer é obrigatório. Muitas pessoas se concentram no cume e se esquecem desta verdade”.

Esta febre por estar no ponto mais alto certamente é a causa de muitas escaladas desastrosas. Em 10 de maio de 1996, o Everest tirou a vida de oito veteranos que conseguiram chegar ao tempo apesar de grandes obstáculos e clima hostil. Empolgados pela conquista, se esqueceram dos riscos e quando estavam descendo, uma tempestade os atingiu e todos eles morreram.

Muitas pessoas estão perdendo sua vida pela obsessão de chegar ao topo. A febre pela conquista não se aplica apenas ao montanhismo, mas a todas as áreas da vida. É fácil negociar a consciência, barganhar a fé, desprezar valores, ignorar a paz interior, quando a meta pelo poder, dinheiro e sucesso encontram-se diante do homem. O livro de Provérbios afirma: “O suborno é pedra mágica aos olhos de quem o dá” (Pv 17.8), mas sua consequência é trágica: “Suave é ao homem o pão ganho por fraude, mas depois, a sua boca se encherá de pedrinhas de areia”(Pv 20.17).

Escalar a escada do sucesso nos desnorteia. A obsessão pelo topo pode destruir. Por isto a aposentadoria significa um duro golpe para algumas pessoas, chegando a ser fatal para outras. Não necessariamente o dinheiro, mas o glamour de uma determinada posição, a mídia, o reconhecimento social. Quando chega o tempo em que temos de entregar o posto, ou nos retirarmos, devemos nos dispor a colocar tudo o que temos nas mãos de Deus, reconhecendo que foi ele quem nos deu todas as coisas.


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O que importa não é como começamos ou conquistamos, mas como terminamos.

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