sábado, 14 de janeiro de 2017

Otimismo



Recentemente o escritor e historiador sueco Johan Norberg escreveu o livro “Progresso: dez motivos para olhar para frente” defendendo que apesar dos políticos populistas afirmarem e a maioria acreditar que o mundo está piorando os dados indicam que a humanidade vive o melhor momento da sua história. “O mundo está melhorando rapidamente. Na verdade, nunca antes o mundo melhorou tão rápido. A cada minuto desta conversa, cem pessoas saem da pobreza”, argumenta.

O cientista cognitivo Steven Pinker, professor de Harvard, também defende a mesma tese, demonstrando que apesar das barbáries e contradições da raça humana, vivemos na época mais pacífica e próspera da história. “As pessoas, em todos os cantos do mundo, estão mais ricas, gozam de mais saúde, são mais livres, têm mais educação, estão mais pacíficas e desfrutam de uma maior igualdade do que nunca antes... Todas as estatísticas indicam que melhoramos. Em geral, a humanidade se encontra melhor que nunca.”

Os adultos desfrutam de vidas mais longas, a mortalidade infantil caiu a um quarto do que era há algumas décadas. Em 1960, de cada cinco crianças nascidas uma morria antes de completar cinco anos; agora, 19 de cada 20 sobrevivem. A riqueza também se multiplicou. Desde 1980, o percentual de pessoas que vivem na pobreza extrema foi reduzido em 75%. Apesar da violência no Brasil, a violência retrocede estatisticamente no mundo. Durante o século XX, ela provocou 5% das mortes, e hoje só é responsável por 1% da mortalidade global. A porcentagem de pessoas que não sabia ler em 1900 era de 80%, hoje apenas 17%. A pobreza extrema em 1980 era de 41%, hoje 12%.

Segundo Norberg por termos mais acesso às notícias e à comunicação, e as más notícias serem vendidas mais facilmente, ficamos sabendo de um novo incidente a cada minuto. Assim, as crises econômicas e de migração, bem como os horrores do Estado Islâmico entram quase diariamente nos nossos lares através de inúmeros e diversificados canais, dando-nos a impressão de caos.

Talvez esta questão possa ser analisada por ângulos diferentes:  Podemos dizer que econômica e tecnologicamente o mundo é muito melhor, embora não o seja moral e espiritualmente. Apesar dos avanços da genética na pecuária, e da mecanização das lavouras e o tecnicismo na indústria, é inconcebível imaginar que com tanta abundância, cerca de 500 milhões de pessoas hoje dormirão com fome em algum lugar do planeta.

A verdade é que a natureza humana essencialmente é a mesma: regida pela ambição, egoísmo, auto glorificação, luxo patético, corrupção e acúmulo exagerado de bens. Neste sentido, o homem continua sendo o mesmo.

Jesus descreveu assim o coração do homem: “Porque, de dentro do coração dos homens é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, a blasfêmia, as malicia, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vem de dentro e contaminam o homem” (Mc 7.21-23).

Por conhecer a natureza humana e seus desvarios, Jesus propôs algo radical. Não uma reforma social, tecnológica ou política, mas algo estranho, do tipo “nascer de novo”, uma ação do Espírito de Deus que tocaria na essência e no ser mais profundo do homem, e por ser algo tão revolucionário e radical, apenas Deus seria capaz de fazer: “Quem é nascido de carne é carne, não admires de eu te dizer: Importa-vos nascer de novo”. Somente a obra profunda de Deus no ser humano é capaz de resgatar o propósito original para o  qual ele nos criou, ou seja, sermos sua imagem e semelhança. 

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