segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Os Dez Mandamentos

Nesta semana iniciaremos uma série de artigos sobre o Decálogo. Durante séculos estas Leis se tornaram referência normativa para grandes nações, inspirando pensadores, legisladores e reis.
Os Dez Mandamentos foram entregues a Moisés, por volta do ano 1250 a.C., nos dias de Ramsés II, logo depois que o povo de Israel se libertou do cativeiro egípcio, ao qual esteve subordinado por 430 anos. O povo encontrava-se aos pés do Monte Sinai, e as leis foram dadas para prover regras sobre relacionamentos dos homens com Deus e homens com homens.
Antes de entregar os mandamentos, Deus “justificou” ou “explicou” a necessidade de tais leis, por isto hoje, vamos analisar estas “razões”. Este prólogo clarifica os motivos pelos quais devemos atentar para estes preceitos.
Duas razões foram apresentadas:
1. “Eu sou o Senhor” – (Ex 20.1) Nesta afirmação Deus revela quem Ele é. O povo vivera em meio a muitos deuses pagãos da cultura egípcia que adorava entre tantos o Rio Nilo e o deus Ápis, representado por um touro. Quando Moisés é enviado para libertar aquele povo, parece que não conhecia intimamente o Deus verdadeiro, porque lhe pergunta: “Quando os filhos de Israel me indagarem qual o teu nome, que resposta lhes darei?” E Deus lhe responde enigmaticamente: “Eu Sou o que Sou”. Neste prólogo aos Dez Mandamentos, Deus faz questão de apresentar sua identidade, de entregar seu cartão de visita.
2. “...Que te tirou da casa da servidão” (Ex 20.1) Curiosamente Deus não se revela como o Deus criador, juiz, ou legislador, mas sim libertador; com isto demonstra o tipo de relacionamento que ele queria ter com o povo. Deus queria que o povo o reconhecesse como alguém que o chamava para ser livre, que nunca mais se submetesse novamente ao jugo de escravidão moral ou físico. Não queria que o povo estivesse cativo, mas que vivesse em liberdade, justiça e fraternidade com todos os homens.
Os Dez Mandamentos são divididos em dois blocos: Os primeiros orientam sobre a atitude dos homens para com Deus, os seis últimos sobre os relacionamentos humanos. São normas para conduta humana, prescrições morais. Muitos vêem a Lei como instrumento de opressão, e temos que reconhecer que muitas vezes ela foi usada com tal objetivo, mas na verdade as leis existem para libertar, tornando-se indicadores que nos ajudam a esquivar de erros que nos afastam do projeto de Deus para nossas vidas.
Alguns imaginam os Dez Mandamentos como tradições fossilizadas, afirmando que ainda os adotamos devido à nossa necessidade de símbolos, já que gastamos os primeiros dez ou vinte anos das nossas vidas aprendendo os símbolos culturais (palavras, números e imagens) e por isto confundimos símbolos com a realidade. Este argumento é fácil de ser destruído. Imagine uma cultura na qual a quebra destes mandamentos se tornasse comum: Que o falso testemunho, o adultério, o assassinato, e a quebra dos demais, fosse considerada normativa. Seria esta uma sociedade viável?
Os mandamentos são dados para a vida. Não servem como instrumentos de punição, mas para organização de uma sociedade para que a vida seja celebrada. Para isto servem os Dez Mandamentos.

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