sábado, 23 de abril de 2022

Ministério da Solidão



 

Em 2018, Thereza May, primeira ministra da Inglaterra, criou o “Ministério da solidão” no seu governo. Ela descreveu a epidemia da solidão como “a triste realidade da vida moderna”, que afeta milhões de pessoas, causando enfermidades físicas, depressão e ansiedade e tem sido chamada de “A epidemia oculta”. Os números são impressionantes. Numa população de 65,6 milhões, mais de 9 milhões de pessoas dizem viver permanente ou frequentemente sozinhas.

 

Em 2021, o Japão também criou um ministério contra a solidão. Estatísticas apontam que 14% das pessoas mortas no país asiático que não dividiam moradia com alguém foram encontradas entre um e três meses depois do óbito. A pandemia aumentou consideravelmente o número de suicídios.

 

Estar sozinho não é a mesma coisa que sentir solidão. Às vezes ficar sozinho é se reconectar, uma busca para conhecer a si mesmo e eventualmente se livrar dos padrões sociais impostos, tomando um folego para autoconhecimento. Já a solidão impede as pessoas de se identificarem com os meios, interagir, isolando a pessoa de seu universo, abrindo espaço para transtornos psicológicos.

 

O que os dois governos descobriram é que tristeza e solidão não são bons aliados. Transtornos mentais são comuns em pessoas solitárias, e muitas vezes o gatilho para Síndrome de pânico. Muitas pessoas se sentem solitárias, mas negam este processo que atinge profundamente as emoções e traz angústia e medo.

 

O Japão criou o ministério para enfrentar a “solidão epidêmica”. Ao tomar tal decisão admitiu que se trata de um problema de saúde publica e que precisa da intervenção do estado.15% da população do país diz não ter nenhuma relação social fora de sua família.

 

O mundo moderno certamente se tornou também mais solitário. Alguém afirmou que a mídia social é uma forma de você estar conectado com o mundo mas não estar conectado com ninguém. A busca pela privacidade, tão valorizada em tempos recentes, e com o fenômeno de famílias pequenas e distantes, a perda do senso tribal e comunitário, o afastamento de atividades lúdicas sociais ou das comunidades de apoio: clubes, associações e igrejas, podem se tornar fatores complicadores. Precisamos nos conectar, intencionalmente ligar para nossos pais e familiares idosos, fazer uma visita. Eles serão muito abençoados com estes gestos simples. Ao mesmo tempo, você estará também superando sua solidão e distanciamento. Isto fará bem também para sua alma.

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