sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Regras?

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As pessoas não gostam de regras, apesar de precisarem de regras para viver. Muitos acham a vida, na sua própria essência, restritiva e complicada demais, além do mais, as pessoas e as culturas são diferentes, então, para que estabelecer regras?

Conta-se que quando Moisés desceu a montanha, após os quarenta dias em que esteve no Horebe, estava carregando as tábuas da lei com os Dez Mandamentos nela inscritos, e ao voltar para o arraial, encontra o povo de Israel, que por 400 anos havia sido escravizado no Egito, totalmente desenfreado, dançando loucamente diante de um bezerro de ouro, um ídolo que fizeram e todos olharam meio constrangidos para Moisés que lhes disse:

-“Tenho boas...e más noticias. Quais vocês querem primeiro?”
-“As boas notícias”. O povo grita, agora um pouco mais relaxado.
-“Conseguimos reduzir os Mandamentos de 15 para apenas 10”. Moisés argumenta:
-“E as más?” O povo freneticamente pergunta.
E Moisés respondeu: -“O adultério ainda está na lista!”

Embora a sociedade moderna insista em abolir as regras, ela mantém uma relação ambígua em relação a este tema, afinal, precisamos de regras. Não queremos as regras, mas precisamos delas, por isto Deus não deu “dez sugestões”, mas Deus “mandamentos”. Eles foram feitos para serem obedecidos, sob pena de punição, afinal, sem regras nos tornamos bárbaros, uma sociedade sem freio e sem direção, escrava de sua própria paixão, hedonismo e capricho. Sem respeito a convenções sociais que foram estabelecidas num longo processo social de formação de valores e normas.

Sociopatas e psicopatas fazem exatamente o contrário. Eles rejeitam as normas e criam seu próprio estilo de comportamento. O resultado é catastrófico. Por isto, a Bíblia não apenas estabelece regras para a vida do povo judeu, mas ilustra paulatinamente porque precisamos delas, tornando-as assim, mas compreensíveis e práticas. Afinal, as regras existem não por causa de Deus, mas por causa de nós mesmos. Por isto muitas vezes após uma série de recomendações vemos a advertência: “Para que vivais”, ou “para que te vá bem”.

Honrar pai e mãe, que é o Quinto Mandamento, possui um claro elemento para justificar a honra devida: “Para que te vá bem, e tenhas longa vida sobre a terra”. Submissão a determinadas regras se tornam positivas para nossa saúde emocional, e para nossa psique.

Desta forma, regras não se tornam restritivas, mas facilitam o viver e nos habilitam a caminhar de forma mais plena e livre. Deus não será mais Deus ou menos Deus se o obedecemos ou não, mas sua vida será mais plena, se os princípios e orientações forem seguidos. Por isto o profeta Amós enfatiza: “Buscai-me e vivei!”

Regras vão muito além do caráter negativo ou punitivo. Elas nos orientam e nos livram da insensatez.

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