O Brasil está mais dividido que nunca em opiniões.
Nunca vi tanta insensatez juntas. A politica nacional nos dividiu entre
esquerdopatas e direitopatas. Ambos são doenças, e por essência, patológicos na
sua gênese, carregados de paixão, cuja raiz vem da palavra grega “pathos”. A
chatice encontra-se dentro e fora da igreja, não há razoabilidade, apenas
insensatez polarizada.
Se você consegue manter uma atitude prudente e uma
averiguação dos fatos, quais são verdadeiros? Basta seguir a linha editorial de
um jornal, ou das mídias sociais, que logo você formará uma opinião
tendenciosa. A imprensa não quer coerência, as agendas são prioritárias à
verdade, a narrativa é mais importante que os dados em si.
O resultado é a superlativização. O superlativo
expressa qualidades num grau muito elevado ou em grau máximo. O grau
superlativo pode ser absoluto ou relativo e pode se revelar
como um superlativo absoluto, que ocorre quando a qualidade de um ser é
intensificada, sem relação com outros seres. É exatamente isto que temos
presenciado.
Pessoas dominadas por um reducionismo religioso ou
ideológico, fazem isto naturalmente, aliás, não conseguem fazer de outro modo,
porque não conseguem construir um julgamento crítico de nada, e o resultado é
que a partir dai o que resta é o achincalhamento e demonização daqueles que
pensam de forma diferente ou discordante.
Precisamos tomar cuidado para não tratar o
diferente, o pró ou o contra, com o discurso
do ódio. Precisamos aprender a tratar as divergências, debates e discursos
como salutares na construção social e da democracia.
No Brasil de hoje, opinião diferente é tida como
preconceito; discordância de ideias como oposição pessoal. Até mesmo a
educação, que deveria ser neutra, assumiu uma postura e viés ideológico
irracional. Se você apresentar um projeto de tese de mestrado para ser aprovado
numa universidade do estado, seja ela estadual ou federal, mas não tiver a
mesma opinião ideológica dos examinadores da banca, por mais oportuna que seja
a reflexão e a construção, você não será aceito no programa. Isto não é dito,
mas é percebido.
Há um patrulhamento ideológico, polarizado e
inócuo. A questão das queimadas da Amazônia, por exemplo, não é tão simples
como o governo tenta fazer parecer; nem é tão exasperado quanto a oposição
afirma ser.
O resultado é que todos sofremos. O Brasil sofre. A
economia patina. A imagem do país se deteriora porque falta sensatez de ambas
as partes. Não há reconhecimento de erro, e nem há neutralidade de opinião,
porque a ideologia cega, e os interesses pessoais são maiores que o todo.
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