Em algum momento de nossas vidas todos podemos sentir solidão. Isto se tornou de forma ainda mais clara na pandemia. Idosos não podiam abraçar seus filhos, nos isolamos do ambiente de trabalho, escola, igreja. O outro era sempre uma ameaça e nem mesmo em ambientes abertos estávamos com liberdade para encontrar com as pessoas.
Durante a pandemia, fiz uma viagem para a fazenda do meu irmão. Fui me encontrar com meus pais, com quem já não me reunião por vários meses, e ao chegar ali, depois de ter abraçado e beijado, almoçado com eles, recebi a ligação de um amigo, com quem tinha feito uma longa viagem de carro com ar-condicionado ligado e sem máscaras, de que ele estava com o vírus do covid-19. O que fazer? Retornar imediatamente para minha casa? Observar os sintomas? Bem... fiquei na fazenda, conversava com todos os familiares do lado de fora da casa, dormia numa barraca isolada e não podia assentar-me à mesa, afinal, muito provavelmente eu também estava com o vírus. De forma surpreendente, não o peguei, mas foi horrível estar com meus pais e irmãos, sem poder abraçá-los.
Todos eventualmente nos sentimos solitários, mas estudos demonstram que as pessoas estão mais solitárias que nunca. Temos visto como isto tem sido cada vez mais frequente. Adolescentes que se isolam nos seus tablets e telefones, idosos esquecidos em seus apartamentos, pessoas divorciadas, viúvas em suas casas silenciosas, estudantes e profissionais que precisam se mudar buscando melhores oportunidades de emprego. Em muitas situações, a solidão é muito complexa. Tanto que a Inglaterra e o Japão criaram um “Ministério da solidão”, para cuidar das pessoas isoladas.
A escritora Kathie Lee Gifford compartilhou: “Minha grande luta neste momento da vida é a solidão. Eu perdi meus pais, estou divorciada, e meus filhos saíram de casa. Eu ainda vivo numa grande casa, onde as memórias estão muito presentes, mas me sinto profundamente abalada pela solidão.”
Gostaria de dizer neste artigo que “isto não precisa ser a norma.” Existem muitas possibilidades de interagir, de criar relacionamentos significativos com outras pessoas. Há grupos de interesse na cidade, muitas propostas interessantes em comunidades e igrejas, que podem ajudar você a superar este isolamento.
Irving Yalom, no livro “Quando Nietzsche chorou”, afirma que “A solidão é um solo fértil para a doença”. Mas dá uma dica interessante: ““O momento em que lhe contei que jamais fui tocado foi exatamente o momento em que me permiti pela primeira vez, ser tocado. O isolamento só existe no isolamento. Uma vez compartilhado, ele evapora.”
Pense nisto!
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