domingo, 14 de fevereiro de 2021

Sua Vida Tem Sentido?

 


 

Estudos apontam para a dramática realidade de que boa parte das pessoas tem o suficiente para viver, mas não tem porque viver. “Tem os meios, mas não tem o sentido”, já dizia o escritor e neuropsiquiatra austríaco Victor Frankl. Já o psiquiatra e escritor Irvin D. Yalom, da Universidade de Stanford, afirma que “de 40 pacientes procurando terapia numa clinica psiquiátrica de atendimento externo (...), 30% tinham algum problema de vulto relacionado à questão do sentido.”


O consumo de drogas, álcool e a violência são apenas a superfície do iceberg revelando que há algo muito sério com o ser humano. “Há ampla evidência empírica de que as três facetas da síndrome neurótica na geração jovem – depressão, agressão e dependência de drogas – são devidas ao vazio existencial, vacuidade e falta de sentido”, sentencia Frankl. A esta ausência de significado podemos ainda acrescentar a desenfreada busca por adrenalina e hobbies excêntricos no intuito de ter novas experiências. Dentro desse contexto, o misticismo e a religião podem ser igualmente perigosos porque são experiências socialmente aceitas, mas, do mesmo modo, podem trazer alienação e fuga da realidade.


Há uma clássica frase em Filosofia atribuída a Nietszche: “Quem tem porque viver, pode suportar quase qualquer como”. O sentido pode ser encontrado nas experiências de alegria, mas até nas perdas, dores e tragédias. Mesmo na angústia, o ser humano pode encontrar alguma razão existencial ou espiritual pelas quais possa dizer: isto é relevante, faz sentido, gera objetivo!


Pense na sua própria condição pessoal. Pra quê você vive? Certa pessoa cética e inteligente disse-me certa vez: “Sinto-me como se eu fosse um acidente entre dois acidentes – meu nascimento e minha morte. Não vejo sentido em nada”. Quando não conseguimos fazer uma conexão com um roteiro maior que possa orientar a vida, surge, fatalmente, o desespero.


Jesus procurou demonstrar aos seus discípulos o elo de conexão: “Não se turbe o vosso coração, crede em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas”. Ele costura o sentido em relação à eternidade e à transcendência. Nada do que fazemos é relevante se não estiver conectado a algo maior, já que o temporal precisa de uma referência eterna. Jean Paul Sartre chegou a essa mesma compreensão, mesmo sendo ateu convicto, ao dizer: “Nenhum ponto finito tem sentido se não estiver conectado a um ponto infinito”.


Essa percepção, de que existe algo pelo qual se possa dizer que vale a pena viver ou morrer, também tem sido chamada de “sentido incondicional” ou suprassentido. A vida só encontra razão e significado, quando ela transcende a esfera do aqui e agora, e se projeta na eternidade.

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