Há duas formas de se relacionar com Deus: aceitando-o ou negando-o. Os que aceitam-no procuram orientar-se pelo seu conhecimento da verdade, vivendo uma vida coerente com seus princípios e valores eternos. Eles sabem que são temporais, fazem parte da história humana, possuem vínculos com o tempo presente, mas são iluminados pelos lampejos da eternidade e pela esperança da vida após a morte.
Os que negam a existência de Deus são alheios às coisas espirituais. Práticas religiosas, cultos, missas e devoção são realidades alheias ou indiferentes. O que importa é o presente e, eventualmente, a ética é epicurista: comamos e bebamos que amanhã morreremos. Sendo assim, como não existe percepção de eternidade, a única coisa que conta é o presente, já que a vida se encerra em um túmulo. Eventualmente, não são pessoas piores nem melhores que os religiosos, mas por causa de suas convicções, não se interessam por coisas espirituais e não possuem qualquer esperança eterna.
Os que creem e professam a fé e a religião, mesmo sendo devotos e zelosos, até mesmo moralistas e legalistas, podem ser ateus na prática. Muita maldade e crueldade já foi praticada na história por pessoas religiosas, que defendem uma causa religiosa. A Bíblia fala daqueles que, “no tocante a Deus, professam conhecê-lo, entretanto o negam por sua obras”. São religiosos quanto às suas convicções de fé, mas são ateus no estilo de vida que adotam. Isso é ateísmo prático! Afirmam crer em Deus, mas o negam na sua ética. Falam de honestidade e são injustos. Oram a Deus, mas ferem as pessoas.
Ateus na prática podem enganar as pessoas com discursos piedosos, tornando-se pseudo religiosos, usando máscaras de piedade, mas, com o passar do tempo, suas inconsistências se revelam. Podem enganar a muitos por algum tempo ou poucos por muito tempo, mas não podem enganar a todos, todo tempo. O mais trágico do ateísmo prático, porém, é que não é possível enganar a Deus que a tudo vê. Jesus disse que no último dia, na hora do juízo, muitos estarão diante do Pai usando as prerrogativas inconsistentes de sua religiosidade, mas o Pai celeste lhes dirá: “Não vos conheço! Apartai-vos de mim vós os que praticais a iniquidade”.
A vida de fé precisa ser sustentada por uma ética positiva. Afinal, “o que as pessoas fazem, fala tão alto que não é possível ouvir o que elas dizem”. Uma religiosidade saudável traduz-se numa ética também saudável. A fé autêntica é reconhecida por uma ética autêntica.
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