O que tenho aprendido na quarentena?
Esta pergunta veio à minha mente na semana passada. O que este tempo de reclusão e distanciamento me fez observar sobre mim mesmo? O que tenho aprendido e descoberto sobre quem sou?
1. Descobri que é difícil viver apenas comigo mesmo. Como disse J Quest: “quero ficar só, mas sozinho comigo eu não consigo”. Fiquei mais de dois meses vivendo solitariamente, pois minha esposa estava acompanhando o nascimento do neto e os voos foram cancelados. Descobri que a solidão não é brincadeira...
2. Ficou evidente, que preciso de rotinas claras e definidas. A falta de uma agenda, de acordar e sair de casa, de saber o que fazer diariamente, de uma dinâmica pessoal, me deixou ineficaz e angustiado.
3. Aprendi que tempo de sobra não me torna mais produtivo e efetivo. Tinha todo tempo para ler e escrever mas a produtividade se tornou pobre e escassa. O fato de não ter horário para dormir e acordar, pode ter sido uma das justificativas para isto.
4. Conclui que tenho sede de relacionamentos, ainda que superficiais: tomar café com alguém, conversar com pessoas, sorrir, faz parte da minha natureza, vocação e formação. Estas coisas simples me fizeram muita falta.
5. Percebi a fragilidade do ser humano. A grande ameaça não veio de uma bomba atômica, nem cataclismas ou hecatombes, mas num invisível e pequeno vírus que mudou hábitos, estagnou a economia de metade do planeta. Apesar de todo avanço da pesquisa e da ciência, o vírus ironizou a prepotência humana.
Minha esposa, também fez suas observações, que julgo importantes:
A. Ter tempo não tem a ver com cronos, mas com propósito. Nunca tive tanto tempo e jamais produzi tão pouco. Quando não temos propósito, o tempo desaparece. Já dizia o velho Salomão. Há tempo pra todo PROPÓSITO.
B. O fim dos cultos públicos e reuniões semanais demonstrou que muitos precisam ter um encontro real com Deus.
C. Acredito também que Deus colocou os seres humanos em quarentena, para a natureza se recuperar um pouco de nós e aguentar até sua redenção. Tem até golfinhos nos antes fétidos canais de Veneza!
D. Muitos descobriram o que todos já sabiam sobre seus filhos, mas ninguém podia ou tinha coragem de dizer...rsrsrs
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