Billy Graham, conhecido pregador cristão, afirma que existem três coisas que a raça humana ou qualquer religião jamais conseguiu explicar: O problema do sofrimento, o problema da morte e o problema do mal
Somos capazes de suportar terremotos, tsunamis, enchentes, pobreza e até o câncer, mas o mal pode quebrar o espírito que até mesmo a tragédia não consegue abalar. A falta de humanidade do homem contra o próprio homem, a crueldade arbitrária da sociedade e dos poderosos nos levam a considerar que existe algo, ou alguém, que está muito acima de tudo isto.
Os desafios e dores que um ser humano enfrenta, muitas vezes se tornam quase insuportáveis. As condições desumanas, como a privação material e abusos nos revelam que o mal não é apenas uma dimensão conceitual e abstrata, mas se manifesta de forma abrupta contra a integridade e a saúde. Há um espectro horrível que transcende o senso da lógica e do possível.
O que, exatamente, motiva este mal? Por que alguém, voluntariamente, decide ferir? Podemos encontrar explicações para a violência e a maldade afirmando que ela é decorrente de uma reação à violência sofrida, mas a explicação é frágil porque muitos foram violentados, sofreram bullying e isto não os tornou uma pessoa do mal.
Popular psiquiatra e terapeuta americano, Scott Peck escreveu um sombrio e arrepiante livro intitulado “O Povo da Mentira” (Editora Imago, Rio), cujo subtítulo é “Encarando a Psicologia do Mal”. Nesta obra ele tenta aprofundar o entendimento sobre o problema da malignidade humana, narrando atitudes de pessoas e sistemas familiares aparentemente corretos que apresentam um grau muito profundo de malignidade. Suas conclusões são assustadoras.
O mal não se manifesta como consequência da dureza da vida ou por causa de uma decepção ou amargura, mas precisa ter uma dose de ressentimento e desgosto, aliado a um desejo de vingança não necessariamente contra quem feriu, mas contra a própria vida. No entanto, ainda assim, o problema do mal permanece não resolvido. O homem luta, em sua miséria, para criar algo infernal e monstruoso e se depara, no mais íntimo do seu ser, com a deformação de seu próprio caráter.
Há muitos demônios e muitas batalhas a serem enfrentados por todos nós e, eventualmente, no meio do nosso inferno, alguns destes demônios conseguem transformar pessoas simples em alguém irreconhecivelmente maligno, que estupra, abusa, violenta, vende-se sabendo que o dinheiro desviado seria para saúde do pobre e desvalido. E parece que sua parte sombria ainda encontra prazer e diversão em agir dessa forma.
Na oração dominical ou mais popularmente conhecida como “A Oração do Pai Nosso”, Jesus ensina seus discípulos a orar: “livra-nos do maligno”, ou, conforme a tradução mais conhecida, “livra-nos do mal”. Jesus reconhece que existe uma esfera ou raio com o qual temos que lidar, contra quem não temos habilidade, força ou perícia para vencer por nós mesmos. Precisamos da Graça de Deus e por isso dizemos: “livra-nos do mal”. Ou seja, ajude-nos contra esta força ou poder, inerente em mim ou acima de mim, que gera a propensão para o mal contra o outro e contra mim mesmo.
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