Existem lugares que ocupam o imaginário
de nossa alma. São cartões postais, lugares de belezas estonteantes que nos
fazem sonhar que um dia poderemos desfrutar e caminhar por suas trilhas. No meu
“Bucket List” (relação de coisas que gostaria de fazer “Antes de Partir”), a
maioria dos meus objetos de desejos estão relacionados a viagens. Quem não gostaria
de ir a Bora Bora? Ou de caminhar pelas trilhas da São Tiago de Compostela na
Espanha? (Muitos por motivos religiosos, no meu caso apenas por turismo); ou
visitar o Grand Canyon (este eu já fiz e é realmente deslumbrante). Mas hoje
gostaria de te convidar a uma viagem diferente. Quero te convidar a fazer uma
caminhada para Belém. Lugar onde Jesus
nasceu. Bem, é certo que estou levando um grupo para esta viagem em Março de
2016 (Quer ir conosco?) e já estive lá algumas vezes, mas hoje estou falando simbolicamente.
Esta foi a caminhada de um grupo
de pessoas exóticas e esotéricas que popularmente são conhecidas de “três reis
magos”, que na verdade não sabemos se foram três, porque a Bíblia não fala; e
certamente não eram reis. A única coisa certa que sabemos deles é que eram
magos (O Novo Testamento foi escrito em grego, e o termo que aparece lá é magois), portanto eram pessoas ligadas a
alquimia, desejosos de intervir na natureza, descobrir fórmulas da eterna
juventude ou transformar pedra em ouro.
Eles saem de muito longe. Eles
vem do Oriente, provavelmente da Mesopotâmia, atualmente Irã e Iraque, e andam
cerca de 1800 km, numa estrada poeirenta, desértica, cheia de perigos de
assaltantes e num clamor inclemente. O que os leva a fazer uma viagem tão longa
e perigosa? “Vimos a estrela do recém-nascido
rei dos judeus no oriente e viemos para adorá-lo”. O que os atrai a Belém é
a singularidade do evento, o nascimento de alguém importante. Um rei estava
nascendo.
O texto se torna ainda mais
curioso. Os escribas e estudiosos das profecias do Antigo Testamento souberam
responder imediatamente quanto ao local preciso do nascimento do Messias,
afinal, o profeta Miquéias já preconizara que seria em Belém, uma pequena vila
a 12 Km de Jerusalém. Apesar de terem conhecimento das profecias, isto não mobiliza
seus corações, eles não se sentem atraídos a Belém. As informações estão no coração,
mas não descem para a alma. Por isto encontramos aqui um quadro estranho: Os
magos, esotéricos e místicos, encontram-se mais perto de Deus que os sacerdotes
e pastores de então. Este negócio assusta...
No Natal, precisamos ir a
Belém...
É ali que encontraremos um
menino, frágil, dependendo dos cuidados de uma jovem inexperiente e das
parteiras da região que vieram para ajudar
o parto, num ambiente sem assepsia, cercado de animais, dentro de um curral.
Nesta figura tão singela, encontra-se Emanuel, o Deus que decidiu viver e
caminhar no meio dos homens, morrer por eles e redimi-los de seus pecados.
O encontro com Jesus de Nazaré
mobiliza o coração dos magos à generosidade, e eles abrem seus tesouros e
entregam as preciosas ofertas: Ouro, incenso e mirra. Mas o encontro com este
menino gera algo ainda mais surpreendente. Gera adoração. “Prostrando-se, o
adoraram”.
Os efeitos deste encontro, com o
menino Jesus no seu nascimento, nesta viagem a Belém, torna-se importante também
por outro motivo: “Alegraram-se com grande e intenso júbilo”. Encontrar-se com
o menino-Deus, traz sentido e alegria para as almas inquietas, que buscam
sinceramente respostas mágicas e místicas. Estas experiências se dão, para
quem, de coração aberto, decide caminhar até Belém e se encontrar com o Deus
que se fez gente, assumir a humanidade e andar no meio dos homens. Ver, abraçar
e tocar este menino faz toda diferença em nossa história...
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