quarta-feira, 8 de julho de 2015

Correndo, porém mortos


O conferencista Wayne Cordeiro relatou que fazia sua rotina semanal de atividades físicas correndo no parque, quando de repente foi tomado por uma estranha sensação de morte e angústia, sentou-se no meio fio com taquicardia e sudorese, e descontrolado começou a chorar. Algumas pessoas pararam para ajudá-lo, pensando se tratar de um ataque cardíaco, ele foi levado de ambulância para o pronto socorro, e o médico diagnosticou um “ataque de ansiedade”.

O médico explicou-lhe que isto acontece quando os níveis de serotonina (endorfina), hormônios do prazer e da alegria, são substituídos pela adrenalina, que gera excitação e medo, e que provoca três problemas, que são gradativos e atuam quando o corpo está em estresse. O primeiro, é o ataque de ansiedade; o segundo, as emoções entram em frangalho; a terceira, colapso nervoso.

Tentando ajudá-lo o médico ainda demonstrou que existe uma espécie de “tanque emocional”, que muitas vezes se esvazia, sem que percebamos. Há fatores que enchem este tanque, dão sensação de bem estar e são restauradores, mas existem outros fatores que esvaziam. É necessário identificar aquilo que pode nos ajudar a encher e evitar aquilo que esvazia.

Um caminho para identificar estes fatores, é fazer uma lista daquilo que restaura as emoções. Pegue uma folha de papel e escreva algumas coisas que trazem equilíbrio. Pode ser o tempo de lazer com os filhos ou amigos, ir ao cinema, fazer trilhas, caminhar, ler um livro, ouvir uma boa música, meditação e oração, ir à igreja... Pergunte a si mesmo o que ajuda a restabelecer o seu nível de serotonina?


Em seguida, enumere aquilo que “esvazia” seu tanque emocional. O que tem levado você ao estresse? Dá para fugir destes fatores ou evitá-los? Enumere alguns destes aspectos que podem estar roubando sua energia e alegria: excesso de atividades, desavenças em casa, relacionamentos prejudicados no trabalho, exigências sociais? Estes e muitos outros fatores podem estar prejudicando seu desenvolvimento psicológico e esvaziando seu coração de alegria.

Um grupo de amigos resolveu visitar um missionário que trabalhava na selva. Para fazer a longa trilha de 4 dias de caminhada, contrataram um guia e carregadores. No primeiro e segundo dia, puderam desenvolver muito bem a jornada, mas no terceiro dia, os carregadores se recusavam a levantar. O guia então explicou que eles tinham andado depressa demais nos dois primeiros dias, e que estavam esperando a alma que tinha ficado para trás.

Esta é uma boa ilustração de como podemos estar perdendo nossa alma na agitação do coração, na correria atrás de futilidades, desesperado por reconhecimento, aclamação pública, apreciação, e mesmo quando percebemos a alma e o tanque emocional vazios, ao invés de refletirmos sobre a triste situação, queremos continuar correndo, ainda que espiritual e emocionalmente estejamos morrendo.
Alguém definiu o fanático como sendo uma pessoa que vendo-se perdido, imprime ainda maior velocidade. Lamentavelmente corremos demais, estamos agitados demais, e precisamos ouvir Jesus dizendo o mesmo que falou a Marta. “Andas inquieta e agitada demais com muita coisa, Maria escolheu a melhor parte, e esta não lhe será tirada”. O que sua irmã Maria havia escolhido? Assentar-se aos seus pés, descansar a alma, recompor o tanque emocional, resgatar a vida.


E você? 
Agitado e correndo demais, mas com o tanque vazio e a alma sendo deixada para trás?

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