No final do mês de junho, ao lado de um casal querido dos Estados Unidos e minha esposa, fomos para a pousada Água Branca, no município de Formoso do Araguaia, e às margens deste rio encantador, passamos três dias de descanso, pescaria, boa comida e risadas.
O Rio Araguaia continua exuberante. E para
minha surpresa, muito bem mantido. Vi pouca sujeira nas suas margens, a
natureza está muito em preservada, a pescaria esportiva é praticada, e os
pirangueiros, que nos levavam para pescar, cuidavam muito bem dos peixes
apanhados, lutando pela sua preservação, e o lixo produzido dentro dos barcos,
como papéis, plásticos, latas e garrafas de refrigerante eram cuidadosamente
guardado e colocados em lugar adequado.
Da parte dos pescadores e turistas, há também
um grande cuidado em não estragar nada, em preservar a natureza. Por força de
lei, no Estado de Goiás, até o final de 2016, nenhum pescado pode ser trazido,
podendo apenas ser consumido na beira do rio, e isto amplia grandemente a
chance de termos peixe em grande abundância na região, nos próximos anos. Com o
Estado e os cidadãos cuidando, haverá sempre um equilíbrio sustentável para a
região.
Quando contemplo a natureza, e olho a beleza
daquilo que Deus criou, lembro-me da ordem dada por Deus no Éden, ao dar instrução
ao homem e à mulher para que guardassem, cuidassem e mantivessem o jardim. Portanto,
trata-se de um mandato cultural e ecológico, que faz parte da ordem e design da
criação. Deus se preocupa com sua criação e orienta o homem a agir de forma responsável
no contato com a natureza. Quebrar este princípio é ferir, no seu fundamento, o
propósito dado por Deus ao ser humano.
Ecologia não é modismo, faz parte do
projeto da criação. Igreja, sociedade e família devem ensinar isto à próxima geração,
e nós, os mais velhos, precisamos dar exemplo de cuidado. Acredito que a nova geração,
felizmente, possua uma consciência mais clara do que nós mesmos, em relação ao
cuidado e proteção da natureza. É conhecido de todos que boa parte dos que se
dirigiam ao Araguaia e seus afluentes, alguns anos atrás, traziam quantidades
imensas de peixes, eram implacáveis e destrutivos com as matas e cerrados, não cuidavam
bem do lixo que produziam, mas hoje é possível perceber uma nova consciência de
cidadania que tem mudado sensivelmente esta tendência destrutiva.
Cuidar da natureza, antes de ser um ato cívico
e moral, ou um ato de cidadania, precisa se tornar uma questão teológica,
ligada à fé e a espiritualidade. Deus criou a natureza para ser preservada. Quatro
ordens relacionadas à natureza foram dadas por Deus ao homem, no livro de
Gênesis: (a)- O homem deveria sujeitar a terra; (b)- Deveria dominá-la; (c)-
deveria cultivá-la; (d)- Deveria guardá-la (Gn 1.28; Gn 2.15). A ordem de sujeitar
e dominar a terra, não pode ser dissociada das outras duas ordens dadas: De cultivá-la
e guardá-la. Deixar de cuidar da natureza não é apenas um crime, mas quebra de
um princípio de Deus.
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