A convite do Luciano
Gomes (zooflora), estive uma semana no Pará, na cidade de Marabá, visitando a
fazenda, e depois, indo para Jacundá-PA e dali para a beira da Represa Tucuruí,
na Vila de Santa Rosa que fica a de 30 KM da cidade. Ficamos na Toca do
Tucunaré, uma belíssima estrutura encravada numa ilha, e que faria jus ao nome,
se a pescaria na região não fosse tão predatória. Por dois dias, jogando
linhada durante o período da manhã, conseguimos pegar apenas 2 piranhas e 1
tucunaré. Os moradores locais afirmam que infelizmente os próprios pescadores,
que dependem do dinheiro da pescaria, praticam indiscriminadamente a pesca,
inclusive em épocas de piracema, quando os peixes estão desovando. O resultado
é catastrófico a médio prazo, e o número de peixe tem caído sistematicamente
pela ausência de consciência dos ribeirinhos, falta de fiscalização ou a
corrupção dos fiscais.
Foi bom conviver com
pessoas simples, conversar com elas, ouvir suas histórias.
Tive oportunidade de conversar longamente com uma viúva, mãe de 8 filhos, que perdeu seu marido oito meses atrás. Ela anda muito triste desde então, seus filhos dependem da pesca, que não anda bem, e ela vive no barco com eles, repartindo o pequeno espaço com as noras que também passaram a viver no barco. A saudade do marido que morreu em seus braços tem sido muito grande e a vida se tornou muito pesada desde então. Apesar de estar com 57 anos, parece ter 70. Tive oportunidade de encorajar sua vida, estimular e animá-la um pouco.
Tive oportunidade de conversar longamente com uma viúva, mãe de 8 filhos, que perdeu seu marido oito meses atrás. Ela anda muito triste desde então, seus filhos dependem da pesca, que não anda bem, e ela vive no barco com eles, repartindo o pequeno espaço com as noras que também passaram a viver no barco. A saudade do marido que morreu em seus braços tem sido muito grande e a vida se tornou muito pesada desde então. Apesar de estar com 57 anos, parece ter 70. Tive oportunidade de encorajar sua vida, estimular e animá-la um pouco.
Uma coisa
surpreendente para mim foi a quantidade de orquídeas e bromélias que se alojam
no tronco seco das árvores onde outrora era a selva amazônica e agora é o lago.
As árvores secas se parecem um cemitério da floresta, e de fato esta é a
realidade. No entanto, passarinhos levam as sementes que brotam naqueles tocos
e revelam o poder da vida naquele cenário de morte. É a natureza insistindo em
viver, a despeito de agressão e violência sofrida. É surpreendente a quantidade
e diversidade destas orquídeas, algumas com lindas flores desabrochando. A
natureza se renova, dentro de suas possibilidades.
Tive oportunidade de
tirar foto ao lado de árvores que precisam de 8 homens de braços abertos para
abraçá-las. Descansar e pescar em rios de águas correntes e límpidas, comer
carnes especiais e muito peixe. Rir e orar bastante, considerar uma porção de
coisas que só somos capazes de refletir quando paramos o relógio sem termos a
adrenalina da agenda, sem sofrer a crise de abstinência da internet.
Por isto, o Lago de Tucuruí, neste recanto silencioso e inóspito em que estive, me trouxe lembranças perenes, dos mergulhos nestas águas mornas do lado de baixo do Equador e de gente amiga com quem convivi, e dos novos amigos que encontrei.
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