Elegância
não é prá todo mundo. Eventualmente pensamos que aqueles que possuem muito
dinheiro podem se tornar facilmente elegantes, mas quem é brega, mesmo com dinheiro,
não se transforma automaticamente em alguém charmoso. Elegância não se vende em
prateleiras e vitrines. Pior que a breguice é o brega rico. É fácil andar mal,
comer mal, se vestir mal – mesmo com muito dinheiro.
Já
viram uma mulher com trajes sofisticados e salto alto, mas cuja roupa não tem a
ver com sua personalidade e que parece não saber se equilibrar em cima dos
sapatos de bico fino, parecendo uma girafa em cima de um skate? Já observaram alguém
num caro restaurante, mastigando com a boca aberta, falando alto e se comportando
como um espantalho numa plantação de lavanda?
Conheço
pessoas elegantes e as admiro, mesmo porque acho complicado ser elegante.
Algumas senhoras de minha comunidade são verdadeiras ladies. Vestem-se elegantemente sem serem esnobes, andam com
harmonia, falam com graça. Sua linguagem é culta, suas vestes discretas e sabem
se comportar bem em qualquer ambiente. Elas não andam, desfilam.
A
bíblia afirma que “como jóias de ouro em
focinho de porco, assim é a mulher formosa, sem discrição”. Conseguem
imaginar a figura de linguagem que é aqui empregada? Eventualmente a leitura da
bíblia exige certa capacidade imaginativa. O estilo de vida e a natureza do
porco não combinam com elegância e charme. Sua existência compromete a
essência.
Juca
Chaves fala da mulher elegante: “Eu quero uma mulher, de coloridos modos; que
morda os lábios sempre, que for me abraçar; no seu falar provoque o silenciar
de todos, e seu silêncio obrigue a fazer sonhar. No corpo tem o sol, no coração
a lua; a pele cor de sonho, as formas de maçãs; a fina transparência, uma
elegância nua, o mágico fascínio, o cheiro das manhãs”.
Elegância
não se encontra apenas nas formas, no falar, no olhar, no agir, nas vestes, no
caminhar, mas acima de tudo, na grandeza de alma, no estilo de vida respeitoso,
não banal ou vulgar, no uso correto da linguagem, nos conceitos sobre família,
valores, beleza e grandeza.
A
“elegância vulgar” é cínica e ridícula, afinal, beleza exterior precisa estar
conectada à beleza de um interior, sensato, justo e místico. “A beleza está no
coração daquele que a contempla”. O exterior reflete o coração – a boca fala do
que o coração está cheio. Vulgaridade e breguice não são apenas manifestações
isoladas, mas refletem o coração vazio e fútil.
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