quinta-feira, 24 de julho de 2014

Elegância

Elegância não é prá todo mundo. Eventualmente pensamos que aqueles que possuem muito dinheiro podem se tornar facilmente elegantes, mas quem é brega, mesmo com dinheiro, não se transforma automaticamente em alguém charmoso. Elegância não se vende em prateleiras e vitrines. Pior que a breguice é o brega rico. É fácil andar mal, comer mal, se vestir mal – mesmo com muito dinheiro.

Já viram uma mulher com trajes sofisticados e salto alto, mas cuja roupa não tem a ver com sua personalidade e que parece não saber se equilibrar em cima dos sapatos de bico fino, parecendo uma girafa em cima de um skate? Já observaram alguém num caro restaurante, mastigando com a boca aberta, falando alto e se comportando como um espantalho numa plantação de lavanda?

Conheço pessoas elegantes e as admiro, mesmo porque acho complicado ser elegante. Algumas senhoras de minha comunidade são verdadeiras ladies. Vestem-se elegantemente sem serem esnobes, andam com harmonia, falam com graça. Sua linguagem é culta, suas vestes discretas e sabem se comportar bem em qualquer ambiente. Elas não andam, desfilam.

A bíblia afirma que “como jóias de ouro em focinho de porco, assim é a mulher formosa, sem discrição”. Conseguem imaginar a figura de linguagem que é aqui empregada? Eventualmente a leitura da bíblia exige certa capacidade imaginativa. O estilo de vida e a natureza do porco não combinam com elegância e charme. Sua existência compromete a essência.

Juca Chaves fala da mulher elegante: “Eu quero uma mulher, de coloridos modos; que morda os lábios sempre, que for me abraçar; no seu falar provoque o silenciar de todos, e seu silêncio obrigue a fazer sonhar. No corpo tem o sol, no coração a lua; a pele cor de sonho, as formas de maçãs; a fina transparência, uma elegância nua, o mágico fascínio, o cheiro das manhãs”.

Elegância não se encontra apenas nas formas, no falar, no olhar, no agir, nas vestes, no caminhar, mas acima de tudo, na grandeza de alma, no estilo de vida respeitoso, não banal ou vulgar, no uso correto da linguagem, nos conceitos sobre família, valores, beleza e grandeza.

A “elegância vulgar” é cínica e ridícula, afinal, beleza exterior precisa estar conectada à beleza de um interior, sensato, justo e místico. “A beleza está no coração daquele que a contempla”. O exterior reflete o coração – a boca fala do que o coração está cheio. Vulgaridade e breguice não são apenas manifestações isoladas, mas refletem o coração vazio e fútil.


Nenhum comentário:

Postar um comentário