Somos uma geração extremamente excessiva e patologicamente preocupada com autoimagem. Este é um fenômeno complexo com diversas causas interligadas cujas origens são multifacetadas.
O que causa distorção significativa na autoimagem? De um lado, os fatores sociais. A sociedade moderna valoriza muito a aparência física, beleza e sucesso, o que gera pressão para se encaixar em padrões estéticos muitas vezes inatingíveis. Beleza é algo ideológico, e toda geração constrói seus paradigmas e modelos do que é belo. Os padrões de beleza das mulheres na era vitoriana (1837-1901) eram bem estabelecidos: Deveriam ter pele clara, cabelos longos, cintura fina, e não serem muito magras. Em relação ao modelo ideal, muitas mulheres de hoje adorariam viver neste período.
A construção da imagem moderna, sofre a influência das redes sociais. A constante exposição a fotos e vídeos de pessoas aparentemente perfeitas nas redes sociais pode alimentar sentimentos de inadequação e baixa autoestima, além da cruel comparação com outras pessoas, especialmente com celebridades e influenciadores digitais, que pode levar ainda a uma maior à insatisfação com a própria aparência e realizações.
Quando a autoestima é baixa, as pessoas tendem a ter uma visão negativa de si mesmas, focando nos pontos fracos e se comparando negativamente com os outros. Surge a insegurança relacionada a fatores como aparência, inteligência, habilidades sociais ou outros aspectos da vida pessoal, que nos leva à busca por validação externa e à obsessão por aprovação. Os perfeccionistas, de forma particular, sofrerão ainda mais os efeitos da pressão social, porque tendem a ter expectativas muito altas de si mesmas, resultando em frustração e insatisfação constante. O medo de ser julgado ou rejeitado pelos outros gera preocupação excessiva e obsessiva com a imagem, de uma forma até mesma neurótica.
Certamente um ambiente social marcado por bullying ou comentários negativos sobre o corpo, podem deixar marcas profundas na autoimagem. Histórico de dietas restritivas, exercícios físicos excessivos ou obsessão por emagrecimento indicam uma relação distorcida com o corpo e a alimentação, gerando transtornos de ansiedade, depressão ou distúrbios alimentares.
É importante valorizar outros aspectos da nossa identidade, como valores, habilidades, talentos e personalidade, cultivar o amor-próprio significa aceitar a si mesmo com qualidades e defeitos, reconhecendo seu valor como pessoa independentemente da aparência física ou da capacidade intelectual. Se a preocupação com a autoimagem estiver causando sofrimento significativo, é importante buscar ajuda profissional. Famílias e amigos podem ser muito importantes neste processo de construção de uma visão positiva de si mesmo, afinal, a autoimagem não define quem somos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário