Medo é um sentimento primal da raça humana - já nascemos com ele. As crianças reagem à claridade excessiva, se assustam com barulhos e tudo leva a crer que certas aversões nascem implantadas em nós, instintivamente, como um chip de computador, entre eles, o pavor de aranhas e cobras.
Temos orgulho de ser corajosos, mas, sem o sentimento de autopreservação, os humanos não sobreviveriam. É o que revelam as mais recentes descobertas. O medo tem uma importância vital e nos protege. Imagine se nunca tivéssemos medo de nada?
Portanto, o medo é algo importante na vida humana, mas é necessário dosar esse medo para que ele não nos impeça de realizar as tarefas que precisamos executar. Quando o medo se torna patológico não conseguimos distinguir a realidade da fantasia. Tentar se proteger contra tudo é inútil além de ser um gatilho doentio que desemboca na ansiedade e na paralisia de ação. Quem sente medo tem a mente em estado de alerta, e isto gera estresse e cansaço.
Falando em medo: qual é o seu real medo? Existem muitos tipos de medo e os mais comuns são:
Medo de ficar doente. Muitos sofrem imaginando o que aconteceria se contraíssem uma doença grave, paralisante ou terminal. Outro medo comum é o de envelhecer. Não é sem razão que grandes laboratórios e profissionais estão neste esforço em fazer com que as pessoas se pareçam mais novas, como se fosse possível retardar a velhice. Milhares de pessoas sofrem com medo da solidão, não se casarem, ou ficarem viúvos e não terem ninguém com quem compartilhar a vida.
Outros ainda ficam angustiados com a possiblidade de ficar sem dinheiro, não terem como se sustentar e pagar as contas. Alguns são atemorizados não com a morte, mas com o processo da morte. Como será? O que vai me acontecer? Como reagir quando se sabe a terminal e próximo ao fim d doença é terminal? Muitos, entretanto, temem ainda outra coisa: Eles temem a morte em si mesma. O que acontecerá depois da morte? Existe vida eterna ou a vida acaba num túmulo? Podemos aguardar alguma coisa depois desta vida?
Certamente, boa parte de nossos temores nunca se tornarão concretos, como bem afirmou Mark Twain: “Eu sou um homem velho e conheci um grande número de preocupações, mas a maioria delas nunca aconteceu.”
Jesus teve que lidar com o medo dos discípulos. Várias vezes vemos Jesus exortando seus discípulos a terem confiança. “Não temais! Homens de pequena fé.” Jesus sabia que ainda que o medo seja real, e estejamos nos deparando com momentos de angústia, precisamos ter fé e coragem para enfrentar os desafios que esta vida nos apresenta. Afinal, “Não. Não vou perder o resto do medo do mau gosto, vou começar meu exercício de coragem, viver não é coragem, saber que se vive é coragem.” Clarice Lispector
Nenhum comentário:
Postar um comentário