quinta-feira, 20 de outubro de 2022

Como encarar o sofrimento?

 


 

Sofrimento é inevitável e quando passamos por ele, nunca mais seremos a mesma pessoa: ou nos tornarmos mais fracos ou mais fortes.

 

Na história humana existem duas maneiras de responder ao sofrimento. A forma antiga e a moderna.

 

Na forma antiga os estóicos afirmavam que não deveríamos demonstrar emoção alguma, sendo fortes e não deixando que a dor entrasse no coração. Isto seria possível se não amássemos as coisas. Um filósofo chegou a afirmar que todas as vezes dermos um beijo no filho, deveríamos pensar: “Amanhã ele pode estar morto!” O coração não deveria se conectar a nada, mas deveria ser controlado.

 

Com uma abordagem diferente, a sociedade moderna diz que o significado da vida tem a ver com o momento presente: Carreira, saúde, ganhar dinheiro, ter um romance, amar, conquistar algo e o sofrimento se opõe a tudo isto, tirando de nós a saúde, o dinheiro e as pessoas. Então, quando alguém adoece, fica aborrecida e irada. As pessoas antigas tinham expectativa de que o sofrimento chegaria inexoravelmente e isto ajudaria na construção do caráter, enquanto as pessoas modernas se zangam pois não veem nenhuma razão na dor.

 

Como o cristianismo encara tudo isto? Jesus não adota nenhuma destas posições. Quando ele se encontra com a mulher hemorrágica ele não diz: “Tenha modos! Pare de chorar!  Levante a cabeça!” Mas se aproxima e deixa que ela derrame seu coração. Jesus fala com doçura, a trata como filha e permite que ela fale de sua dor sem censurá-la. Ele não subtrai as emoções. Em vários textos veremos sua compaixão. Ele sofria com a dor dos outros. Ele compreendia as pessoas que sofriam e não lhes pede que desconectem seus corações, mas que as ame, mesmo que isto gere sofrimento. Jesus rejeita o modo antigo.

 

Mas Jesus questiona também o modo como a sociedade moderna lida com a dor. Muitos afirmam que não podem crer em um Deus que permite perdas e não veem qualquer razão para o sofrimento. Jesus não se revolta com Deus por causa do sofrimento. Ele lida com pessoas que sofrem, mas não questiona a graça de Deus. Sempre há um plano.

 

O próprio Jesus que curou os enfermos, deu vista aos cegos, foi para a cruz onde morreria com apenas 33 anos. Pode ser que quando consideramos sua morte pensemos: “Não consigo ver nada de bom na sua morte!” Por que um homem tão gracioso, foi assassinado de forma tão grotesca? É possível ver algum sentido nisto?” Ao vermos Jesus na cruz podemos perder a fé em Deus, afinal, seu pai celestial o rejeitou.

Entretanto, sua morte foi a maior coisa que Deus fez na história, e é possível que a razão humana não consiga entender.

 

Não sabemos a razão do sofrimento específico que enfrentamos, mas podemos saber que a dor não nos vem porque Deus não nos ama. Podemos achar que o significado da vida é destruído pelo sofrimento, mas na perspectiva cristã, o sofrimento tem o potencial de nos atrair e nos aproximar de Deus. O sofrimento pode nos levar para os braços daquele que morreu por nós.

 

 

 

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