O tema corrupção ocupa diariamente as manchetes dos
jornais. Muitos dizem que a corrupção é cultural, e que ela tem a ver com
heranças históricas recebidas desde os tempos do colonização e estão ligadas
diretamente à cosmovisão e aos poderes públicos desde o Império. Portanto,
seria algo pandêmico, sistêmico e endêmico.
A própria independência do Brasil, ao invés de ser
feita com sangue e luta, foi uma negociata. O Brasil assumiu a dívida que
Portugal tinha com a Inglaterra e D. Pedro I, que era filha da Dinastia dominante no Brasil, continuou sendo
Imperador do Brasil. Você “tira” o império e mantém o imperador. Por esta
razão, as nações vizinhas do Brasil não queriam reconhecer a nossa
independência.
Corrupção é um tema que possui muitas faces.
Algumas ocultas, escondidas nas máscaras culturais, outras bem abertas,
mescladas nos discursos moralistas. O termo “cultura da corrupção” pode
favorecer a superficialidade e ajuda a justificar o comportamento sistêmico dos
poderosos. O discurso moralista é frágil, pois aponta o erro dos outros, sem
prestar atenção àquilo que alimenta o mal no próprio coração.
Para muitos a mídia possui uma neutralidade
empírica, mas a história revela que ela pode ser tão corrupta quanto qualquer
órgão governamental, dependendo de seus interesses. A isenção jornalística
assim como as neutras intenções não existem, pois ela pode sofrer influência de
interesses políticos e financeiros, por esta razão, a mídia é tão instrumentalizada
pelos poderosos. Isto é claramente perceptível em governos ditatoriais, mas se
revela também nos estados democráticos. Diretores de jornais orientam as
reportagens de acordo com sua linha editorial ou benefícios recebidos. Se você
observar os telejornais do Brasil, eles claramente optam por determinadas
notícias que servem aos seus propósitos ideológicos. A neutralidade é utópica.
Isto também é uma forma de corrupção.
Corrupção é todo desvio de finalidade de um recurso
ou direito. Logo há corrupções em todos os setores: Políticos, empresariais,
religiosos, midiáticos, em todos eles vemos os recursos sendo aplicados de modo
contrário aos princípios de seu uso, causando custos que trazem graves
prejuízos sociais. Eduardo Nunes afirma que “as corrupções diretas são mais
evidentes e as únicas passiveis de punição, Nas indiretas, mais sutis e
impuníveis, o recurso é usado de forma displicente ou para beneficiar poucos”.
Creio que uma das formas mais sutis da corrupção é
aquela ligada ao próprio coração. Jesus advertiu sobre isto: “Porque de dentro do coração dos homens, é
que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os
adultérios, a avareza, as malicias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia,
a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vem de dentro e contaminam o
homem” (Mc 7.21-23).
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