quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Coisas que não aprendi


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Recentemente, um artigo de Elayne Cruz M. Reyes na Revista Ultimato me chamou a atenção pelo título interessante: “Coisas que não aprendi”. No texto, Reyes fala de quatro coisas que considerava não ter aprendido na vida: (A) – A amenizar a saudade dos dois filhos que estavam fora de casa, (B) – A reconhecer e lidar com sentimentos reais, principalmente os que julgava não serem tão bons ou positivos; (C) – A dizer o que pensa quando surge o medo de magoar as pessoas, (D) – A dizer não.
Ao ler essas confissões de Reyes eu me identifiquei muito com algumas delas e me questionei a respeito do que não aprendi. Perguntei também a mim quais foram as consequências da minha incapacidade de aprender, de eu “ter me recusado a aprender” ou mesmo ter “achado que não seria interessante aprender.”
A verdade é que não aprender pode trazer deficiências graves para a vida. Algumas coisas que aprendemos, na verdade, são benéficas e as aprendemos apenas uma vez. Exemplo: aprendemos a andar de bicicleta apenas uma vez na vida. Podemos ficar velhos, inseguros e fora de fora de forma, mas jamais nos esqueceremos de como é andar de bicicleta. Nadar é outro exemplo. Se aprendermos uma vez, nunca mais nos esqueceremos. É possível sofrermos traumas que nos impeçam de entrar na água, mas não nos esqueceremos de como é que nadamos.
Alguns conceitos e princípios, por associação, nunca esqueceremos. Na matéria de Psicologia éramos obrigados a decorar conceitos. Precisávamos ter as definições na mente e para isso utilizávamos as técnicas de mnemônica. Um amigo fazia músicas e por isso ainda hoje me lembro de que “tendência é uma força endógena que orienta o organismo para um determinado fim ou objeto.” Não sei se é relevante saber isso, mas é fato: jamais esqueci a música nem a definição.
Para o nosso bem, determinadas coisas precisam ser aprendidas definitivamente, mas nos recusamos ou resistimos a aprender. Não aprendemos a amar como deveríamos, a cuidar como é necessário, a orar como precisamos. E não aprender tais coisas, assim como tantas outras verdades, pode ser mesmo uma lástima.
Quando trabalhava na manutenção de uma torre de alta tensão da empresa de eletricidade, o funcionário se esqueceu - ou não prestou atenção – de algo que havia sido ensinado. Por conta disso sofreu um choque que o matou instantaneamente. Sua ignorância/desatenção foi a causa de sua morte.
Não aprender ou ignorar princípios e valores, leis e regras essenciais pode ser fatal. Quando se tratam de verdades espirituais ou relacionais, as consequências podem ser ainda mais trágicas. Por isto precisamos pedir a Deus que nos dê um “espírito ensinável” para aprendermos o que realmente é importante para nós, para a nossa família, nossos relacionamentos e para a nossa vida espiritual.

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