Recentemente, um artigo de Elayne Cruz M.
Reyes na Revista Ultimato me chamou a
atenção pelo título interessante: “Coisas que não aprendi”. No texto,
Reyes fala de quatro coisas que considerava não ter aprendido na vida: (A) – A
amenizar a saudade dos dois filhos que estavam fora de casa, (B) – A reconhecer
e lidar com sentimentos reais, principalmente os que julgava não serem tão bons
ou positivos; (C) – A dizer o que pensa quando surge o medo de magoar as
pessoas, (D) – A dizer não.
Ao ler essas confissões de Reyes eu me
identifiquei muito com algumas delas e me questionei a respeito do que não
aprendi. Perguntei também a mim quais foram as consequências da minha
incapacidade de aprender, de eu “ter me recusado a aprender” ou mesmo ter “achado
que não seria interessante aprender.”
A verdade é que não aprender pode trazer
deficiências graves para a vida. Algumas coisas que aprendemos, na verdade, são
benéficas e as aprendemos apenas uma vez. Exemplo: aprendemos a andar de
bicicleta apenas uma vez na vida. Podemos ficar velhos, inseguros e fora de fora
de forma, mas jamais nos esqueceremos de como é andar de bicicleta. Nadar é
outro exemplo. Se aprendermos uma vez, nunca mais nos esqueceremos. É possível sofrermos
traumas que nos impeçam de entrar na água, mas não nos esqueceremos de como é
que nadamos.
Alguns conceitos e princípios, por
associação, nunca esqueceremos. Na matéria de Psicologia éramos obrigados a
decorar conceitos. Precisávamos ter as definições na mente e para isso utilizávamos
as técnicas de mnemônica. Um amigo fazia músicas e por isso ainda hoje me
lembro de que “tendência é uma força endógena que orienta o organismo para um
determinado fim ou objeto.” Não sei se é relevante saber isso, mas é fato:
jamais esqueci a música nem a definição.
Para o nosso bem, determinadas coisas
precisam ser aprendidas definitivamente, mas nos recusamos ou resistimos a
aprender. Não aprendemos a amar como deveríamos, a cuidar como é necessário, a
orar como precisamos. E não aprender tais coisas, assim como tantas outras
verdades, pode ser mesmo uma lástima.
Quando trabalhava na manutenção de uma torre
de alta tensão da empresa de eletricidade, o funcionário se esqueceu - ou não
prestou atenção – de algo que havia sido ensinado. Por conta disso sofreu um
choque que o matou instantaneamente. Sua ignorância/desatenção foi a causa de
sua morte.
Não aprender ou ignorar princípios e valores,
leis e regras essenciais pode ser fatal. Quando se tratam de verdades espirituais
ou relacionais, as consequências podem ser ainda mais trágicas. Por isto
precisamos pedir a Deus que nos dê um “espírito ensinável” para aprendermos o
que realmente é importante para nós, para a nossa família, nossos
relacionamentos e para a nossa vida espiritual.
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