terça-feira, 16 de julho de 2019

Sessenta anos... Refletindo...

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Dia 15 de Maio de 2019, me tornei sexagenário... para alguns, um marco simbólico de decrepitude. Para mim, curiosamente, uma data com muitos motivos para celebrar. Brinquei com minha esposa que queria fazer seis festas, uma para cada 10 anos. E fiz!!! ou fizeram prá mim... Ah! E também não deixei de retirar meu cartão de estacionamento de idoso! No dia exato dos meus 60 anos fui ao órgão responsável para exigir os meus direitos.



Os americanos dizem que esta data é um SOS, cujas iniciais significam: slower (mais lento), older (mais velho) e smarter (mais esperto). Bem, não tenho qualquer dúvida quanto aos dois primeiros termos. Em relação ao último, é questionável... Alguns anos atrás um amigo meu fez 60 anos e, antevendo o fato de que em breve eu também estaria nesta linha de chegada, perguntei-lhe qual era o significado dos 60. Ele então me disse que a idade havia chegado tão rápido que ele sequer tinha se dado conta de que já era um sessentão. Sábia observação.

E é imerso nesse contexto que algumas percepções me vêm à mente:

Dirigir nesta idade se torna uma experiência bem menos estressante e segura. Vejo jovens afobados ultrapassando de forma agressiva e eu apenas os observo. Entendo como pensam... e a verdade é que já não tenho mais tanta pressa. Como bem disse o compositor e poeta Almir Sater: “Ando devagar, porque já tive pressa (...) / Conhecer as manhas e as manhãs, o sabor das massas e das maçãs (...) / Penso que cumprir a vida seja simplesmente compreender a marcha e ir tocando em frente”. Aprendi que uma ultrapassagem ríspida vai me dar tão somente 1 minuto de vantagem para chegar em casa. Então, não faz tanta diferença assim!

Também noto que comer, aos poucos, vai se tornando uma experiência diferente. Tenho aprendido a comer menos e mais devagar. Eu era um touro quando comia! Agora, menos comida me satisfaz e maior volume me dá refluxo. Preciso apreciar melhor cada prato...

Saio menos de casa... por comodismo e preguiça. Voltar para casa tem se tornado uma aventura psicanalítica, sempre boa e restauradora. Minha esposa e eu decidimos não rejeitar nenhum convite para sair com os amigos, embora prefiramos ficar em casa. É que os amigos diminuíram, a preguiça de sair aumentou e precisamos continuar investindo em socialização, pois do contrário seremos esquecidos. O corpo insiste no esforço menor e sentimos que estamos muito novos para sermos velhos.

O olhar sobre a família vai se tornando cada vez mais importante, mas os filhos estão no auge da carreira e cada minuto deles torna-se muito caro. Por isto, estar com eles, em qualquer momento ou situação, é sempre uma enorme celebração.

Outro aspecto a ser mencionado é que a paciência diminui com os processos humanos, haja vista que há mesmo pessoas que estão sempre “em processo”. Aprendi que, por mais que eu queira, alguns não vão e não querem mudar. Sinto-me cansado em dizer as mesmas coisas às mesmas pessoas, que querem continuar do mesmo jeito. Freud chamava isto de “compulsão à repetição”. Sinto-me menos culpado pelos outros. Não é fácil distinguir entre alguém que verdadeiramente quer e precisa de ajuda e alguém que está apenas explorando o outro que está disposto a ajudar, pois nem todos que estão no fundo do poço querem subir.

Descobri ainda que, à medida em que envelhecemos, tendemos a ser prolixos. É... gostaria de dizer muitas outras coisas, mas é melhor parar! Fui...

A Importância da Rotina


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A rotina enquanto mesmice, mera repetição, monotonia, pode ser um desastre para o ser humano. A automação de comportamentos repetitivos pode tirar a inspiração, a alegria e os sonhos. Pessoas que não mudam suas atividades podem se tornar legalistas, rígidas e sem graça. A vida não é feita apenas de comportamentos mecânicos como em uma automação, nem pode ser reduzida apenas a comportamentos robóticos, mas precisa ser recriada, reinventada. É necessário experimentar novos ventos e sabores, transgredir... no bom sentido do termo.
Certa vez encontrei um homem deprimido que não entendia porque sua esposa o havia abandonado depois de 16 anos de convivência conjugal. Ele me disse que sua vida era apenas da casa para o trabalho, do trabalho para casa, da casa para a igreja, da igreja para casa. Naquela hora me perguntei: “Será que sua esposa não o deixou exatamente por causa disto? Pelo fato de ele ser assim... tão previsível e sem graça?”
A rotina pode tirar o encanto, a poesia e a alegria, mas, por outro lado, a rotina é extremamente necessária. Ora, o corpo precisa de certa previsibilidade, a vida request certas rotinas para funcionar bem. Ninguém consegue viver saudavelmente onde a vida é totalmente imprevisível e vale lembra que a natureza possui harmonia, tanto é que você pode até planejar sua vida baseando-se em épocas de calor e frio, de chuva e de seca. Todo sistema funciona de forma correta, pois do contrário haveria barulho e caos. É por este motivo que a rotina é tão necessária.
Quando as muitas ações que envolvem uma familia não se tornam hábitos e por isso não são repetidas ou automatizadas, a dinâmica de casa se torna insuportável. Ninguém consegue caminhar com uma pessoa que em um mês ganha muito dinheiro em um negócio e por isso a família viaja para Paris e come em bons restaurantes, mas que passa fome o resto do ano e não consegue pagar a luz, o plano de saúde, a aposentadoria e o colégio do filho. Os atos da vida que repetimos diariamente precisam ser automatizados, ou seja, têm de se tornar hábitos.
Isto é perceptível no caso das crianças pequenas que têm comportamentos agradáveis, confortáveis e são brincalhonas quando seu horário de dormir e de comer é respeitado, mas se tornam irritadiças, choronas e desagradáveis quando sua rotina é desestabilizada.
Alguns terapeutas chegam a afirmar que a ansiedade e a depressão não podem ser tratadas com facilidade se a pessoa tiver uma rotina diária imprevisível e desorganizada. O organismo humano precisa acordar no mesmo horário, comer nos horários certos. Jordan Peterson afirma que já teve muitos clientes cuja ansiedade foi reduzida a níveis subclínicos porque começaram a dormir seguindo uma rotina e a comer no café da manhã. Pessoas ansiosas e deprimidas se estressam facilmente quando suas vidas não estão organizadas, pois o corpo precisa de ordem e previsibilidade para funcionar bem, o que torna a rotina essencial nesse aspecto.
Por tudo isso não é equivocado dizer que a criação de rotinas em casa não só organiza a vida tornando os processos mais rápidos e fáceis de serem executados, mas também traz certa paz ao ambiente, reduzindo desgastes e surpresas desagradáveis. Isso, sem falarmos da segurança acrescentada à vida dos filhos, que diante do previsível conseguem se organizar melhor e podem esperar, de certa forma, pela próxima atividade. Sem excessos ou exageros sufocantes, lançar mão da rotina para gerar hábitos pode ser um ganho relevante para todos em meio à busca por uma vida melhor!

A atual geração é mais devagar?


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A música, The Living Years, de Mike & The Mecanics afirma: “Toda geração, culpa a anterior, e todas as suas frustrações, vem bater na sua porta”. Certamente estamos vendo uma grande transformação entre a geração anterior e a atual. Na verdade, a geração Woodstock, que marcou uma geração e completa 50 anos agora em 2019, também enfrentou grandes dificuldades para se relacionar com a geração anterior, mas se você tem convivido com um adolescente, vai ter a impressão de que se trata de uma geração mais acomodada e desinteressada que a sua, apesar de todas as informações que se encontram na palma de suas mãos.
Fica a impressão de que boa parte dos jovens não tem iniciativa nem vontade de agir, e não sem razão, os níveis de suicídio, depressão e ansiedade estão  aumentando consideravelmente. Mas, ao invés de acusar, é bom considerar que a geração atual é subproduto nosso. Se há algum problema, somos diretamente responsáveis por não conseguir gerar sonhos e significados mais profundos em nossos filhos.
Um dos aspectos perceptíveis é que as crianças de hoje, que já tem sido chamada de Geração Alfa (os nascidos a partir de 2010) parecem sofrer uma mudança profunda de paradigma, elas estão mais preocupados com o bem estar mental e não com o trabalho e alguns acham que elas darão um novo ritmo à vida, desacelerando o mundo.
A geração atual está muito ligada às questões da espiritualidade, ecologia, sustentabilidade do planeta e consumo sustentável. Não é raro encontrar adolescentes vegetarianos, e que se recusam a comer carne, consumir açúcar e beber refrigerante. Enquanto a geração anterior tenta conciliar os desafios do sucesso e da competitividade e vivem exaustos e estressados, a Geração Alfa parece dar um novo significado ao culto ao ócio, para desespero de seus pais.
Por isto, o minimalismo, o estilo de vida mais simples, parece se incorporar à nova geração, trazendo vantagens e desvantagens. Além disto, A Geração Alfa terá de dialogar com a linguagem virtual de forma mais efetiva e com a Inteligência Artificial, que trará um novo momento à sociedade moderna. 

O Problema do Mal

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Billy Graham, conhecido pregador cristão, afirma que existem três coisas que a raça humana ou qualquer religião jamais conseguiu explicar: O problema do sofrimento, o problema da morte e o problema do mal

Somos capazes de suportar terremotos, tsunamis, enchentes, pobreza e até o câncer, mas o mal pode quebrar o espírito que até mesmo a tragédia não consegue abalar. A falta de humanidade do homem contra o próprio homem, a crueldade arbitrária da sociedade e dos poderosos nos levam a considerar que existe algo, ou alguém, que está muito acima de tudo isto.

Os desafios e dores que um ser humano enfrenta, muitas vezes se tornam quase insuportáveis. As condições desumanas, como a privação material e abusos nos revelam que o mal não é apenas uma dimensão conceitual e abstrata, mas se manifesta de forma abrupta contra a integridade e saúde. Há um espectro horrível que transcende o senso da lógica e do possível.

O que, exatamente, motiva este mal? Por que alguém, voluntariamente, decide ferir? Podemos encontrar explicações para a violência e a maldade afirmando que ela é decorrente de uma reação à violência sofrida, mas a explicação é frágil porque muitos foram violentados, sofreram bullying e isto não os tornou uma pessoa do mal.

Popular psiquiatra e terapeuta americano, Scott Peck escreveu um sombrio e arrepiante livro intitulado O Povo da Mentira” (Editora Imago, Rio), cujo subtítulo é “Encarando a Psicologia do Mal. Nesta obra ele tenta aprofundar o entendimento sobre o problema da malignidade humana, narrando atitudes de pessoas e sistemas familiares aparentemente corretos que apresentam um grau muito profundo de malignidade. Suas conclusões são assustadoras.

O mal não se manifesta como consequência da dureza da vida ou por causa de uma decepção ou amargura, mas precisa ter uma dose de ressentimento e desgosto, aliado a um desejo de vingança não necessariamente contra queferiu, mas contra a própria vida. No entanto, ainda assimo problema do mal permanece não resolvido. O homem luta, em sua miséria, para criar algo infernal e monstruoso e se depara, no mais íntimo do seu ser, com a deformação de seu próprio caráter.

Há muitos demônios e muitas batalhas a serem enfrentados por todos nós e, eventualmente, no meio do nosso inferno, alguns destes demônios conseguem transformar pessoas simples em alguém irreconhecivelmente maligno, que estupra, abusa, violenta, vende-se sabendo que o dinheiro desviado seria para saúde do pobre e desvalido. E parece que sua parte sombria ainda encontra prazer e diversão em agir dessa forma.

Na oração dominical ou mais popularmente conhecida como “A Oração do Pai Nosso”, Jesus ensina seus discípulos a orar: “livra-nos do maligno”, ou, conforme a tradução mais conhecida, “livra-nos do mal”. Jesus reconhece que existe uma esfera ou raio com o qual temos que lidar, contra quem não temos habilidade, força ou perícia para vencer por nós mesmos. Precisamos da Graça de Deus e por isso dizemos: “livra-nos do mal”. Ou seja, ajude-nos contra esta força ou poder, inerente em mim ou acima de mim, que gera a propensão para o mal contra o outro e contra mim mesmo.

quinta-feira, 4 de julho de 2019

Equívocos

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Uma das conhecidas máximas de Sócrates, filósofo grego, é a seguinte: “Quanto mais sei, mais sei que nada sei”.

Como facilmente julgamos erroneamente o que vemos, ou interpretamos de forma incorreta o que nos é dito. É fácil se equivocar no julgamento dos fatos, assim como é fácil se equivocar acerca das pessoas.

Na Bíblia há um relato interessante sobre isto. O profeta Samuel é enviado por Deus à casa de Jessé para ungir um de seus filhos para ser rei em Israel. Eram oito filhos, incluindo Davi que não estava presente, e quando Eliabe entrou, Samuel disse consigo: “Certamente, está perante o Senhor o seu ungido. Porém, o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura, porque o rejeitei; porque o Senhor não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração”.

O grande problema é que não seguimos o que é verdade, mas o que julgamos ser a verdade. Não necessariamente julgamos os fatos corretamente, mas damos a interpretação dos fatos; nem avaliamos corretamente as pessoas, mas a visão que desenvolvemos acerca delas.

Por isto é que você já teve ter vivido situações nas quais posteriormente admitiu que estava equivocado em relação a alguém, tanto por dar crédito a alguém duvidoso, quanto para suspeitar de alguém fidedigno.

Errar na interpretação é errar na vida. Nossos pressupostos e valores nos guiam e passamos a viver baseados naquilo que cremos e aceitamos como verdadeiro. Por isto, errar na avaliação cobra um dividendo tão caro. Quando a realidade vem à tona e revela o equívoco, ficamos irritados, frustrados ou nos tornamos vitimizados. 

Mark Twain afirma: “O que nos causa problemas não é o que não sabemos. É o que temos certeza que sabemos e que, no final, não é verdade”.  O pensamento é o produto mental decorrente da capacidade que todos os seres humanos possuem de trabalhar com a sua mente. Infelizmente muitas vezes cometemos “erros de pensamento”.

Em outras ocasiões, consideramos que existe somente o preto e o branco e nos esquecemos do cinza. Na verdade, existe uma zona cinzenta na qual as cores não são muito definidas mas ainda assim queremos afirmar que são pretas ou brancas.

A verdade é que todos nós, cometemos equívocos. Uma atitude de humildade e confissão, pode ser redentora. Muitas vezes o problema não é apenas cometer equívocos, mas insistir em sustentar uma mentira, mesmo depois que já entendemos nosso erro, simplesmente porque somos incapazes de dizer: “Me perdoa!”, ou “eu reconheço minha falha”, ou ainda “me ajude!” O equívoco pode real, mas a cura também pode ser completa, quando deixamos de sustentar aquilo que, no final, descobrimos que é falso. Isto é libertador!

Não te impacientes...


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Peter Marshal, capelão do Senado americano foi um brilhante orador. Um dos seus sermoes mais marcantes foi: “Pecado no tempo presente!”.

Ele narra a história de um pai e seu filho interagindo. Eles costumavam levar suas colheitas para venderem na cidade num determinado dia da semana. O filho era extremamente agitado, ao passo que o pai era calmo e paciente.
Muitos anos atrás, no Japão, havia um rapaz que cultivava um pequeno canto de terra.

Diversas vezes por ano, carregavam o carro de boi com verdura e iam à cidade mais próxima. A não ser o nome e o pequenino canto de terra, pai e filho tinham muito pouca coisa em comum. O velho cria em não trabalhar demais...e o filho era ativo.

Certa madrugada carregaram o carro, atrelaram o boi, e saíram a caminho. O jovem calculou que, se acordassem cedo, logo poderiam estar na cidade para vender seus produtos. Andava ao lado do boi, picando-o com o aguilhão para andar.

-“Calma”, dizia o velho. “Você viverá mais”

-“Se chegarmos ao mercado antes dos outros”, disse seu filho, “teremos a oportunidade de conseguir melhores preços”.

O velho puxou o chapéu sobre os olhos e pôs-se a dormir no banco. Seis quilômetros depois, chegaram a uma pequenina casa.

-“Cá está a casa de seu tio”, disse o pai. “Vamos parar e dizer bom dia?”.

-“Já perdemos uma hora”, retrucou o rapaz.

- “Então mais alguns minutinhos não farão diferença”, replicou o pai. Meu irmão e eu vivemos tão perto e quase nunca nos vemos”.

O moço se movia impaciente enquanto os dois senhores conversavam e davam boas risadas, tomando o seu chá. A caminho outra vez, o pai, por sua vez se incumbiu do boi. Um pouco mais adiante, chegaram a uma encruzilhada. O velho tocou o boi à direita.

-“O caminho à esquerda é mais curto”, disse o rapaz.

-“Eu sei”, disse o velho, mas este é mais bonito.

-“Você não faz caso tempo, faz?”, perguntou, impaciente, o jovem.

-“Faço muito caso” disse o velho. “É por isso que eu gosto de usá-lo para ver coisas bonitas”.

O caminho a direita passava por florestas e flores do mato. O jovem estava tão ansioso que não reparou quão belo era a natureza.

-“Esta é a última viagem que faço com o Senhor”, disse zangado o filho. O senhor se incomoda muito mais com flores de que com ganhar dinheiro”.
-“Isso é a coisa mais amável que você me diz há muito tempo” sorriu o velho.
Dois quilometros adiante, encontraram um fazendeiro tentar tirar seu carro de um buraco.

-“Vamos ajudá-lo”, disse o pai.

-“...e perder mais tempo?” explodiu o filho.

-“calma” disse o velho. “você poderá cair num buraco também algum dia”.

Quando conseguiram tirar o carro, tinham perdido um tempo precioso, na visão daquele rapaz, eram quase 8 horas da manhã, iam chegar tarde à feira, apesar de terem acordado tão cedo. Iam perder bons negócios...

Repentinamente um som estranho e um risco estranho rasgou o céu. Ouviu-se um trovão, assustador.

Além das montanhas, os céus ficaram negros.

-“Parece que vai chover muito na cidade”, disse o velho.

-“Se não tivéssemos perdido tempo, teríamos vendido tudo já!  resmungou o filho.

-“Calma, disse o velho, você viverá mais”.

Quando alcançaram, ainda bem distante, o topo do morro, ficaram perplexos com um o que viram. Por detrás daquele trovão, daquele barulho, e das nuvens escuras nos céus, viram uma cidade completamente destruída.

Ficaram olhando por longo tempo, nenhum deles falou.

Finalmente o moço que estivera em com tanta pressa disse. “compreendo o que o Senhor quis dizer, papai”.

Viraram o carro e afastaram da cidade que tinha sido Hiroshima